segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Linguagem: Linguagem e Fala



Por Raquel Luzardo de Souza
12 de julho de 2007
Embora seja a mais complexa, e a que coloca-nos em condição de superioridade em relação aos outros animais, a linguagem verbal não é a única forma de comunicação. Podemos transmitir (comunicar) a outro indivíduo, nossos pensamentos, emoções, etc, através de gestos (linguagem gestual), através do corpo (linguagem corporal) e provavelmente através de muitos códigos que sejam comuns a locutor e interlocutor. Nesse sentido, estamos considerando a linguagem como um processo simbólico da comunicação e a fala um instrumento de expressão da linguagem. Como vimos, linguagem e fala não são sinônimas, tanto que muito antes do bebê emitir suas primeiras palavras (fala), já é capaz de utilizar-se de codificação (linguagem) para interrelacionar-se com o meio e seus semelhantes (mãe, pai, irmãos, etc). Ainda assim, acreditamos que o desenvolvimento da linguagem e da fala não precisam ser considerados separadamente, pois um tem muita relação com o outro. Quando a criança começa a falar? Felizmente, por volta dos 2 anos a maioria das crianças já tem um número de vocábulos que lhes permite expressar-se verbalmente com facilidade. Algumas nessa idade, e até um pouco antes, já utilizam frases simples, com verbos, adjetivos e preposições, relatam fatos e criam seus próprios vocábulos. Contudo, além das diferenças individuais, que devem ser respeitadas, precisamos estar atentos à fatores determinantes na aquisição, e que quando alterados, podem interferir no desenvolvimento normal da linguagem. Esses fatores podem ser subdivididos em biológicos, psicológicos e sociais. Fatores biológicos
Integridade de S.N.C. (Sistema Nervoso Central): crianças com anoxia neonatal deveriam ter seu desenvolvimento de linguagem observado mais atentamente;
Desenvolvimento intelectual normal: atraso significativo no desenvolvimento neuropsicomotor junto com atraso na aquisição de linguagem, podem ser indicativos de deficiência mental;
Integridade do sistema auditivo: ressaltamos aqui a importância da triagem auditiva ao nascimento para a detecção precoce da deficiência auditiva;
Integridade dos órgãos periféricos da fala (lábios, língua, palato, bochechas): além das propriedades nutricionais do leite materno, sugar no seio, propicia a criança a exercitação da musculatura intra-oral, evitando ou minimizando problemas ortodônticos e articulatórios. Crianças com fissuras lábio-palatais podem apresentar alterações de linguagem e articulatórios; Fatores psicológicos
Vínculo afetivo entre mãe-criança contribui efetivamente para uma evolução de linguagem muito satisfatória; Fatores sociais
Ambientes tensos, de brigas freqüentes entre familiares, super proteção (pais que não dão a criança oportunidade de aprendizagem, fazem tudo por ela), são modelos de linguagem pobres tanto em quantidade quanto em qualidade, e também podem prejudicar não só a linguagem, mas o desenvolvimento global da criança. Conforme podemos observar, descartando-se a possibilidade de lesões (fatores biológicos), os pais e o meio ambiente têm importância fundamental no desenvolvimento global adequado, na aprendizagem e sobretudo na aquisição de linguagem infantil. (Cardoso, 1999)
Última Atualização ( 19 de julho de 2007 )

A linguagem e a Fala

11 Julho, 2008

A compreensão da linguagem parece preceder a compreensão da fala, pois a criança se comunica através de gestos, olhares, e mímica antes de poder se expressar oralmente. Ela também compreende muitas palavras num estágio bem anterior àquele em que adquire capacidade para articulá-las.Para aprender a falar, o ser humano precisa ter perfeitos órgãos sensoriais, motores e de articulação, além de um processo normal de evolução do sistema nervoso. É a partir desses elementos que ela desenvolve uma linguagem correta, clara e lógica, imprescindível à sua integração social.Tendo em vista a importância da linguagem, fica fácil avaliar a problemática vivida por indivíduos portadores de deficiências nessa área. Quando a fala é defeituosa, por exemplo, o fato chama a atenção da pessoa que ouve, interferindo, portanto, na comunicação. Em se tratando de uma criança, o problema é maior: além de torná-la desajustada ao meio em que vive a deficiência provocará reflexos na aprendizagem e no aproveitamento escolar.Recentemente, uma série de investigações sistemáticas e pormenorizadasdemonstram até que ponto os fatores ambientais são importantes para o desenvolvimento da linguagem. A influência do meio acontece desde muito cedo e seus efeitos são duradouros. O modo de falar dos pais é muito importante para o desenvolvimento da linguagem e da fala da criança. E os irmãos também, como no caso de um filho mais velho que, ao perceber a atenção que o irmão mais jovem recebe com seu modo de falar infantil, passa a imitá-lo até que isso se torne automático.De uma maneira geral, o ambiente no qual a criança se desenvolve “fornece“ o clima emocional, os modelos verbais e as experiências infantis. Ambiente descontraído e segurança afetiva influem de maneira positiva no desenvolvimento das etapas iniciais de vocalização e balbucio.Os modelos verbais influem pela quantidade, pela qualidade e também por sua vinculação com as experiências imediatas da criança. Escassez e exagero, por exemplo, são contraproducentes; construções gramaticais e articulações muito infantis (ou em nível por demais adulto) desfavorecem o desenvolvimento.Mas o intercâmbio entre a criança e o adulto não se restringe a um recebimento passivo por parte da primeira. A estimulação é mútua. Os adultos tendem a se desinteressar por crianças pouco ativas e que respondem escassamente aos estímulos. Por outro lado, as crianças cujas vocalizações são ignoradas ou reprimidas dificilmente aumentam ou diversificam suas emissões.Além dos fatores ambientais, o desenvolvimento da linguagem depende também de condições biológicas, que devem ser consideradas sob dois aspectos: a hereditariedade e o estado de saúde.
Linguagem/ fala
Felizmente, por volta dos 2 anos a maioria das crianças já tem um número de vocábulos que lhes permite expressar-se verbalmente com facilidade. Algumas nessa idade, e até um pouco antes, já utilizam frases simples, com verbos, adjetivos e preposições, relatam fatos e criam seus próprios vocábulos. Contudo, além das diferenças individuais, que devem ser respeitadas, precisamos estar atentos a fatores determinantes na aquisição, e que quando alterados, podem interferir no desenvolvimento normal da linguagem. Esses fatores podem ser subdivididos em biológicos, psicológicos e sociais. Fatores biológicos • Integridade de S.N.C. (Sistema Nervoso Central): crianças com anoxia neonatal deveriam ter seu desenvolvimento de linguagem observado mais atentamente; • Desenvolvimento intelectual normal: atraso significativo no desenvolvimento neuropsicomotor junto com atraso na aquisição de linguagem, podem ser indicativos de deficiência mental; • Integridade do sistema auditivo: ressaltamos aqui a importância da triagem auditiva ao nascimento para a detecção precoce da deficiência auditiva; • Integridade dos órgãos periféricos da fala (lábios, língua, palato, bochechas): além das propriedades nutricionais do leite materno, sugar no seio, propicia a criança a exercitação da musculatura intra-oral, evitando ou minimizando problemas ortodônticos e articulatórios. Crianças com fissuras lábio-palatais podem apresentar alterações de linguagem e articulatórios; Fatores psicológicos. • Vínculo afetivo entre mãe-criança contribui efetivamente para uma evolução de linguagem muito satisfatória; Fatores sociais • Ambientes tensos, de brigas freqüentes entre familiares, super proteção (pais que não dão a criança oportunidade de aprendizagem, fazem tudo por ela), são modelos de linguagem pobres tanto em quantidade quanto em qualidade, e também podem prejudicar não só a linguagem, mas o desenvolvimento global da criança. Conforme podemos observar, descartando-se a possibilidade de lesões (fatores biológicos), os pais e o meio ambiente têm importância fundamental no desenvolvimento global adequado, na aprendizagem e sobretudo na aquisição de linguagem infantil.

Linguagem/ fala

Felizmente, por volta dos 2 anos a maioria das crianças já tem um número de vocábulos que lhes permite expressar-se verbalmente com facilidade. Algumas nessa idade, e até um pouco antes, já utilizam frases simples, com verbos, adjetivos e preposições, relatam fatos e criam seus próprios vocábulos. Contudo, além das diferenças individuais, que devem ser respeitadas, precisamos estar atentos a fatores determinantes na aquisição, e que quando alterados, podem interferir no desenvolvimento normal da linguagem. Esses fatores podem ser subdivididos em biológicos, psicológicos e sociais. Fatores biológicos • Integridade de S.N.C. (Sistema Nervoso Central): crianças com anoxia neonatal deveriam ter seu desenvolvimento de linguagem observado mais atentamente; • Desenvolvimento intelectual normal: atraso significativo no desenvolvimento neuropsicomotor junto com atraso na aquisição de linguagem, podem ser indicativos de deficiência mental; • Integridade do sistema auditivo: ressaltamos aqui a importância da triagem auditiva ao nascimento para a detecção precoce da deficiência auditiva; • Integridade dos órgãos periféricos da fala (lábios, língua, palato, bochechas): além das propriedades nutricionais do leite materno, sugar no seio, propicia a criança a exercitação da musculatura intra-oral, evitando ou minimizando problemas ortodônticos e articulatórios. Crianças com fissuras lábio-palatais podem apresentar alterações de linguagem e articulatórios; Fatores psicológicos. • Vínculo afetivo entre mãe-criança contribui efetivamente para uma evolução de linguagem muito satisfatória; Fatores sociais • Ambientes tensos, de brigas freqüentes entre familiares, super proteção (pais que não dão a criança oportunidade de aprendizagem, fazem tudo por ela), são modelos de linguagem pobres tanto em quantidade quanto em qualidade, e também podem prejudicar não só a linguagem, mas o desenvolvimento global da criança. Conforme podemos observar, descartando-se a possibilidade de lesões (fatores biológicos), os pais e o meio ambiente têm importância fundamental no desenvolvimento global adequado, na aprendizagem e sobretudo na aquisição de linguagem infantil.

Linguagem: Até que ponto existimos a partir do momento em que falamos?

"A língua é uma coisa de tal modo distinta que um homem privado do uso da fala conserva a língua, contato que compreenda os signos vocais que ouve."Saussure
Desde que nascemos, estamos mergulhados no mundo da linguagem. Da fala, da língua pertencente ao meio em que vivemos. Crescemos dentro da nossa família ouvindo - na maioria das vezes - nossos pais a falarem conosco, além de gestos e sinais, através da fala, das palavras. Nosso pensamento, a forma de entendermos as coisas, o mundo, começa, então, a ter por primordial, as palavras, a linguagem, o nome das coisas existentes no mundo. Construímos na consciência, uma espécie de "biblioteca" onde depositamos tudo o que é ouvido e entendido. Guardamos idéias, significados, palavras e com essa "base de dados" nos expressamos verbalmente pela fala. É como se selecionássemos - pegando na prateleira da biblioteca - palavra por palavra, criando estruturas de entendimento para a comunicação. Quase parecido com uma receita de bolo: você + é + muito + simpática, resultando no queremos dizer pelo o que estamos sentindo ou sobre algo ou alguém.
Agora, por que falamos? Por que não fazemos uso dos sinais ou uso de símbolos, como nas primeiras descobertas do uso da linguagem feitas pelo homem? Por que o homem, diferente dos outros animais, fala? Por que somente nós temos essa faculdade e, até onde, se sabe, já impressa em nossa consciência? Poucas pessoas, acredito, tenham parado para analisar ou questionar essas questões. Pesquisas e trabalhos realizados nesse sentido procuram, ainda, respostas precisas para a pergunta "por que o homem fala". Segundo, Jean Bottéro, o homem, na Mesopotâmia antiga, berço da civilização, percebe a necessidade de comunicar-se e começa a criar possibilidade de entendimento entre si e os outros. Usa sinais e mensagens, traçados ou pintados no flanco dos vasos, ou ainda, tentos em pedra ou argila, por exemplo. Bottéro diz ainda que "se tratava apenas de uma escrita de coisas (grifo nosso): os significados diretos desses caracteres não eram as palavras (grifo nosso) de uma língua mas, em primeiro lugar e de modo imediato, as realidades (grifo nosso) expressas por essas palavras". Levando-se em conta tais informações, sabemos que em um determinado momento da humanidade, o homem teve a necessidade de comunicar-se de algum modo, assim como num determinado momento, passou a falar. É interessante pensar nessas questões porque refletimos e nos perguntamos a partir de quê ou do quê, o homem descobriu que possuía, além das existentes, a faculdade da linguagem. Herder[1] , no livro a História da Filosofia de Bernadeth Siqueira Abraão, diz que,
"a linguagem não é apenas um instrumento de comunicação, mas também o próprio pensamento do ato. O conhecimento não se separa da forma lingüística em que se expressa, e por isso a linguagem também constitui o limite, ainda que móvel, do pensamento... A linguagem não se organiza apenas segundo princípios racionais. As palavras irradiam a capacidade de comunicação para os domínios mais amplos da vida e das forças que a integram, modificam-na e a expressam".
Não temos relatos, se é que eles existem, que nos forneça possibilidades de quando o homem começou a falar. Simplesmente falamos. Se pesquisarmos, em tudo o que nos é disponibilizado, podemos dizer que, segundo a bíblia, mais precisamente no Antigo Testamento, o homem desde o dia em que fora criado por Deus, fala. Mas são relatos bíblicos. Não temos material concreto para levantar, de fato, essa hipótese, a não ser a própria bíblia, claro, inspirada e escrita por homens designados por Deus. Mas Herder recusa tanto o ponto de vista teológico, segundo o qual a linguagem é uma criação de Deus, como a interpretação naturalista de Condillac[2] em que "a linguagem é o resultado da imitação dos sons dos animais". Segundo Herder,
"estes não podem jamais desenvolver o complexo sistema de comunicação e de significação, que é um produto do processo histórico. Precisamente porque os homens vivem no universo histórico, e não no meramente natural, é preciso algo mais do o instinto animal. O homem rodeado de objetos históricos, que são sua própria criação, necessita da inteligência e da reflexão, sem as quais não haveria a percepção, nem o desdobramento desse mesmo mundo histórico".
Ainda que acreditemos em qualquer uma das hipóteses, de quando o homem, de fato, começou a falar, ao acompanharmos o crescimento de uma criança, cada vez mais, notamos como a necessidade de falar é presente na vida humana... O quanto falar faz de nós mais parte do mundo...! Algumas pesquisas nessa área mostram que, no caso da criança, a primeira palavra murmurada já representa seu ingresso no universo da linguagem e o abandono do estado da natureza. Assim, pode-se dizer que é a linguagem que possibilita a tomada de consciência do indivíduo como entidade distinta. Sabemos que fazemos uso da linguagem, da língua que nos é ensinada, falamos. Só não sabemos, por que, justamente pela fala, que comunicamo-nos uns com os outros. Outra questão que intriga o pensamento e os mistérios da vida, ou melhor, reflete sobre a existência da comunicação falada entre os homens é por que falar, viver em sociedade com seres falantes, é quase uma necessidade de sobrevivência? Imaginemos, eu, você, todo nós, sem trocar uma palavra se sequer com qualquer pessoa que seja durante toda a vida? Provavelmente morreríamos de angústia...De solidão. Claro que, se nunca tivéssemos tido contato com a fala, com o som emitido pelos falantes ao falarem, com a língua que nos encontramos hoje inseridos, essa realidade _ de falar_ não existiria...Mas pensemos...Agüentaríamos ficar um dia inteiro que fosse sem falar? Sem falar nada, absolutamente nada? Não agüentaríamos. Não mesmo! O fato é: falamos. Para a Professora Ana Lúcia C. R. Novelli, autora de um dos textos sobre a linguagem disponível na Internet e que trata sobre essas questões,
"a língua são os primeiros traços de identificação da humanidade no homem. Ao se perceber como habitante da linguagem, o homem rompe com o estado inicial da natureza, a qual estão inseridos os animais e os próprios homens ao nascerem, e ingressa no estado de cultura resultante da organização social e do partilhamento da vida em comum".
Novelli defende que, ao nascer, o homem difere dos animais a partir do momento em que percebe a necessidade do uso da linguagem. Na linguagem e pela linguagem é que "o homem vai se constituir como sujeito. É desta forma que a linguagem, ao viabilizar a relação das pessoas, vai permitir o retorno sobre si como individualidade distinta possibilitando, então, a comunicação inter-humana".
Quando ingressamos na escola, vamos descobrindo "como funciona" a vida em sociedade. Somos educados a partir da teoria que o homem é uma animal racional, isto é, pensa, sente, julga as coisas, possui uma inteligência e por isso, temos dois mundos distintos: o mundo do homem e dos animais. Nos livros didáticos e nas aulas de ciências e história, crescemos aprendendo e acreditando de uma certa forma ou de outra, que o homem sempre procurou meios para expressar suas emoções, como o medo, a tristeza, e/ou para apossar-se de algo que considerava ser seu. Registrava de alguma forma. Desenhava. Outros tantos estudos, feitos por pesquisadores preocupados em descobrir o porquê do homem ter essa necessidade do uso da linguagem, o porquê da fala, vêm nos mostrar que isso é, absolutamente, uma faculdade humana. Algo que somente o homem tem como característica e que o difere dos animais. Ainda no texto da professora Ana Lúcia Novelli, sobre o uso da linguagem e da fala, ela diz que "é exatamente em torno da linguagem que o pensamento, a consciência e a reflexão se articulam e possibilitam a organização do mundo pelos homens que, por isso, se tornam capazes de estabelecer uma relação de autonomia a sua própria vivência nesse mundo organizado".
Uma das possíveis respostas que poderíamos ter sobre os motivos pelos quais leva o homem a falar, seria simplesmente, porque o homem pensa. Desenvolveu naturalmente e por identificação da sua humanidade, o processo da fala, constituindo assim, Convenções necessárias para utilização da linguagem falada no meio que vive. É nesse sentido que F. Sussurre[3] , no livro de Lingüística Geral, diz que
"inicialmente, não está provado que a função da linguagem, tal como ela se manifesta quando falamos, seja inteiramente natural, isto é, que nosso aparelho vocal tenha sido feito para falar, assim como nossas pernas para andar". Os lingüistas estão longe de concordar nesse ponto. O lingüista norte-americano Whitney [4] , que considera a língua uma instituição social da mesma espécie que todas outras, diz ainda que "é por acaso e por simples razões de comodidade que nos servimos do aparelho como instrumento da língua; os homens poderiam ter escolhido o gesto e empregar imagens visuais em lugar de imagens acústicas".
Baseados nesses relatos e em outras pesquisas, podemos acreditar que a faculdade da linguagem articulada é a forma que o homem descobriu para se auto-afirmar como ser e dominar o mundo. O homem, ao nomear as coisas e objetos, passou a ter o controle sobre o universo, organizando o espaço em que vive e superando o desconhecido pelo desejo de conhecimento. A tudo e a todas as coisas, o homem atribuiu sentido, designou funções, nomeou coisas e se impôs perante os outros seres. Almandrade já dizia que
"a fala toma conta da coisa (...), o objeto depois de nomeado, passa para o mundo da linguagem (...), o homem se aproxima ou se distancia do mundo e das coisas, apropria-se do real e tenta dominar o desconhecido. A coisa e o mundo torna-se imagens e conceitos (...). Na busca da cômoda ilusão de ver um mundo ordenado e deter o incômodo do desconhecido, o homem usa do poder da palavra, subtraindo o ser da existência, mergulhando-o no nada da linguagem (...). A compreensão eqüivale a um assassinato da coisa, o conceito é a ausência do ser.
No entanto, quando o homem penetra nessa realidade, ele domina o mundo e é dominado pela linguagem, pela fala, pela forma de encarar as coisas a sua volta. Passa a criar algo que não existe na sua realidade, pelo pensamento e pelo conhecimento, e dá nome a esse algo. A partir do conhecimento que se tem do objeto, ele deixa de existir para o mundo e o que passa a ter valor é a palavra, o nome e não o objeto (ou ser) em si. É exatamente isso que Almandrade5 quis dizer. Não precisamos ter um balão na nossa frente, quando dizemos "balão", para que ele exista de fato. Sabemos o que é balão e independente do lugar que ele esteja, na nossa frente ou não, ele existe. O nome substitui o ser. O que passa a ter sentido e o faz existir no mundo é o nome, o que ele remete a nossa consciência. Já paramos para pensar nisso? Como é interessante...E como faz sentido. Enquanto um ser não tem nome, ele não existe! Mas a partir do momento que nomeamos...conhecemos...Tudo muda! O ser ou o objeto passa, agora, a fazer parte do mundo e o homem, mais uma vez, domina seu espaço!
Pois bem! O homem fala. Só não sabemos como isso surgiu. Levantamos hipóteses, discutimos algumas possibilidades...Mas, como é isso? Já que a fala é algo que somente ao homem pertence, por que uns falam a mesma língua e falam, ao mesmo tempo, uma língua diferente? Há formas diferentes de usar a mesma língua depositada no cérebro de todos os seres de uma mesma sociedade? Saussure, no Curso de Lingüística Geral, vai definir a língua como objeto de estudo e diferenciar a língua da fala. Para Saussure,
"a língua é o produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social, para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos. Trata-se de um tesouro depositado pela prática da fala em todos os indivíduos pertencentes à mesma comunidade, um sistema gramatical que existe virtualmente em cada cérebro ou, mais exatamente, nos cérebros dum conjunto de indivíduos, pois a língua não está completa em nenhum, e só na massa ela existe. ".
A fala, ao contrário da língua, para Saussure é algo puramente individual. "São as combinações pelas quais o falante realiza o código da língua no propósito de exprimir seu pensamento pessoal..." É a maneira individual e particular que cada ser faz do uso da língua predominante em uma sociedade. Por isso, podemos explicar, por exemplo, os sotaques regionais, as gírias, e a forma considerada, às vezes, errada , que cada indivíduo tem de usar a língua. A lingüística, partindo desse conceito de língua e fala, não pode, então, considerar que alguns "falam corretamente" e outros "falam erradamente" . O conceito de certo e errado deixa de existir por ser a língua, a mesma para todos os indivíduos de uma sociedade, e algo já impresso na mente (conceitos e imagens acústicas) de todos os seres de um determinado tempo e espaço. Do ponto de vista científico, tudo o que consideramos "erro" ao "falar errado" e, na verdade, algum fenômeno ou acontecimento que pode e deve analisado por estudos lingüísticos.
Questões como essas são muito interessantes e complexas...Começamos discutindo o porquê do homem falar e, pesquisando, tendo como base diversas teorias e diferentes tipos de textos sobre o assunto, chegamos até aqui. Descobrimos que língua e fala, são duas coisas completamente diferentes! Quem, além dos estudiosos e lingüistas, já havia pensado nisso ou percebido alguma diferença quando falamos? O que mais nos surpreenderia, se continuássemos a buscar repostas para essas questões? O que mais nos faria perceber tantas limitações e preconceitos? "Há mais mistérios entre o céu e a Terra do que possa imaginar nossa vã filosofia..."
Portanto, o universo do discurso da linguagem e da fala, é uma característica exclusiva do ser humano e por isso, fundamentais para alcançar a compreensão do mundo e das coisas a nossa volta. Pensamos a linguagem e somos o que a linguagem nos faz ser. Construímos e destruímos mundos diferentes. Podemos estreitar relacionamentos ou nos distanciarmos de relações com o exterior. A partir do momento em que falamos, abandonamos o nosso estado natural e passamos a dominar tudo o que existe no mundo. Criamos novos objetos e seres dentro e fora da realidade, nomeado o que nos cerca e fazendo de nós donos do real e do imaginário.

Qual a diferença entre linguagem, língua e fala?

O termo linguagem deve ser entendido como a faculdade mental que distingue os humanos de outras espécies animais e possibilita nossos modos específicos de pensamento, conhecimento e interação com os semelhantes. É a capacidade específica à espécie humana de se comunicar por meio de um sistema de signos (ou língua).Para Saussure, a linguagem é composta de duas partes: a Língua, essencialmente social porque é convencionada por determinada comunidade lingüística; e a Fala, que é secundária e individual, ou seja, é veículo de transmissão da Língua, usada pelos falantes através da fonação e da articulação vocal.A língua é, então, entendida como forma de realização da linguagem; como sistema lingüístico necessário ao exercício da linguagem na interlocução ou como instrumento do qual a linguagem se utiliza na comunicação. Apesar da língua ser um sistema de signos específicos aos membros de uma mesma comunidade (por exemplo: língua portuguesa, língua inglesa), no interior de uma mesma língua são importantes às variações. Dentro de uma mesma língua temos, então, diversas modalidades: língua familiar; língua técnica, língua erudita, língua popular, língua própria a certas classes sociais, a certos subgrupos, em que se enquadram os diferentes tipos de gíria. Entre as variações geográficas temos os dialetos (como as variações específicas das diversas regiões do Brasil: norte, sul, sudeste etc). Alguns lingüistas preferem usar o termo dialeto para designar as variantes ou variações, de uma forma geral.Como se vê, a língua é um sistema de símbolos pelo qual a linguagem se realiza. Mas a linguagem se encontra relacionada a outros sistemas simbólicos (sinais marítimos, Morse) e torna-se, assim, objeto da semiologia ou semiótica, que deve estudar "a vida dos signos no seio da vida social". Nota-se, portanto, que o termo linguagem tem uma conotação bem mais abrangente do que língua.A fala, por sua vez, é um fenômeno físico e concreto que pode ser analisado seja diretamente, com ajuda dos órgãos sensoriais, seja graças a métodos e instrumentos análogos aos utilizados pelas ciências físicas. Para os receptores (ouvintes) a fala é, com efeito, um fenômeno fonético; a articulação da voz dá origem a um segmento fonético audível imediatamente a título de pura sensação. Esse fenômeno implica o aparelho fonador e a produção dos sons da fala.De tudo que se diz fica evidente que o desenvolvimento humano e o avanço das civilizações dependem do progresso alcançado em suas atividades, a descoberta do fogo, a divisão do trabalho, as máquinas, as tecnolo-gias. Mas, acima de tudo, da evolução dos meios de receber comunicação e de se comunicar, de registrar o conhecimento e do desenvolvimento da escrita e fonética. O homem necessita comunicar para progredir, quanto mais avançada for à capacidade de comunicação de um conjunto de indivíduos mais rápida será a sua progressão. E a linguagem é uma ferramenta capaz de traduzir, fotografar o estágio de desenvolvimento da humanidade.DICAS DE GRAMÁTICASenão é o mesmo que se não?- Nada disso. Em primeiro lugar é interessante saber o que querem dizer e como se usam os termos senão e se não.SENÃO - Conjunção adversativa e preposição, com o sentido de:1 - do contrário, caso contrário, de outro modo, de outra forma;2 - mas, mas sim;3 - mais do que;4 - a não ser.Exemplos:Um espaço cultural deve estar a serviço da qualidade, senão é desserviço. [do contrário]É ele quem decide as obras prioritárias, não com bairrismos ou individualismos, senão com o espírito de bom administrador. [mas sim]Para que Paulo se conformasse com a ruptura, disse que ele não fora senão um zero à esquerda todos aqueles anos. [mais do que]As drogas não oferecem senão uma tênue e fugaz visão do pa-raíso. [a não ser, mais do que]SE NÃO - Aqui são duas palavras distintas: conjunção subordinativa condicional se + o advérbio de negação não. Significa dizer "caso não ...".Exemplos:Espero que não me culpes se não der certo.Preocupa-nos o desempenho da instituição se não for feito o desembolso dos recursos prometidos.Também se escreve separadamente quando equivalente a quando não:A história nos ensina que é muito difícil, se não impossível, encontrar um bom político que seja um bom administrador.Com esta máquina, o Brasil terá condições, se não de disputar, pelo menos de acompanhar o desenvolvimento de um dos setores mais avançados da ciência no mundo.(Jornal A Gazeta, 14 e 15/08/2005)

Qual a diferença entre lingua, linguagem e fala ?

Isso é matéria do 1º sem de direito, gostaria de ter um exemplo, pois lendo, não consegui entender direito...lingua: sistema de signos, em vigor numa determinada comunidade social, cumprindo o papel de instrumento de comunicação entre os seus membros, num sentido de idioma, é um conjunto de sinais (signos) organizados através dos quais os seres se comunicam.Cada grupo social possui a sua linguafala: é o ato individual de seleção e atualização da lingualinguagem: capacidade do ser humano ára comunicar-se por intermédio de signos cujo conjunto sistematizado é a lingua.Conclusão:A lingua é a linguagem praticada em determinada comunidade social, enquanto que a fala é a linguagem pratcada popr determinado membro de uma determinada comunidade social.Gostaria de ter exemplos mais claros para entender isso e estudar para a prova de biodireito "Teoria geram do direito"Sem mais, agradeço desde já