segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Linguagem: Linguagem e Fala



Por Raquel Luzardo de Souza
12 de julho de 2007
Embora seja a mais complexa, e a que coloca-nos em condição de superioridade em relação aos outros animais, a linguagem verbal não é a única forma de comunicação. Podemos transmitir (comunicar) a outro indivíduo, nossos pensamentos, emoções, etc, através de gestos (linguagem gestual), através do corpo (linguagem corporal) e provavelmente através de muitos códigos que sejam comuns a locutor e interlocutor. Nesse sentido, estamos considerando a linguagem como um processo simbólico da comunicação e a fala um instrumento de expressão da linguagem. Como vimos, linguagem e fala não são sinônimas, tanto que muito antes do bebê emitir suas primeiras palavras (fala), já é capaz de utilizar-se de codificação (linguagem) para interrelacionar-se com o meio e seus semelhantes (mãe, pai, irmãos, etc). Ainda assim, acreditamos que o desenvolvimento da linguagem e da fala não precisam ser considerados separadamente, pois um tem muita relação com o outro. Quando a criança começa a falar? Felizmente, por volta dos 2 anos a maioria das crianças já tem um número de vocábulos que lhes permite expressar-se verbalmente com facilidade. Algumas nessa idade, e até um pouco antes, já utilizam frases simples, com verbos, adjetivos e preposições, relatam fatos e criam seus próprios vocábulos. Contudo, além das diferenças individuais, que devem ser respeitadas, precisamos estar atentos à fatores determinantes na aquisição, e que quando alterados, podem interferir no desenvolvimento normal da linguagem. Esses fatores podem ser subdivididos em biológicos, psicológicos e sociais. Fatores biológicos
Integridade de S.N.C. (Sistema Nervoso Central): crianças com anoxia neonatal deveriam ter seu desenvolvimento de linguagem observado mais atentamente;
Desenvolvimento intelectual normal: atraso significativo no desenvolvimento neuropsicomotor junto com atraso na aquisição de linguagem, podem ser indicativos de deficiência mental;
Integridade do sistema auditivo: ressaltamos aqui a importância da triagem auditiva ao nascimento para a detecção precoce da deficiência auditiva;
Integridade dos órgãos periféricos da fala (lábios, língua, palato, bochechas): além das propriedades nutricionais do leite materno, sugar no seio, propicia a criança a exercitação da musculatura intra-oral, evitando ou minimizando problemas ortodônticos e articulatórios. Crianças com fissuras lábio-palatais podem apresentar alterações de linguagem e articulatórios; Fatores psicológicos
Vínculo afetivo entre mãe-criança contribui efetivamente para uma evolução de linguagem muito satisfatória; Fatores sociais
Ambientes tensos, de brigas freqüentes entre familiares, super proteção (pais que não dão a criança oportunidade de aprendizagem, fazem tudo por ela), são modelos de linguagem pobres tanto em quantidade quanto em qualidade, e também podem prejudicar não só a linguagem, mas o desenvolvimento global da criança. Conforme podemos observar, descartando-se a possibilidade de lesões (fatores biológicos), os pais e o meio ambiente têm importância fundamental no desenvolvimento global adequado, na aprendizagem e sobretudo na aquisição de linguagem infantil. (Cardoso, 1999)
Última Atualização ( 19 de julho de 2007 )

A linguagem e a Fala

11 Julho, 2008

A compreensão da linguagem parece preceder a compreensão da fala, pois a criança se comunica através de gestos, olhares, e mímica antes de poder se expressar oralmente. Ela também compreende muitas palavras num estágio bem anterior àquele em que adquire capacidade para articulá-las.Para aprender a falar, o ser humano precisa ter perfeitos órgãos sensoriais, motores e de articulação, além de um processo normal de evolução do sistema nervoso. É a partir desses elementos que ela desenvolve uma linguagem correta, clara e lógica, imprescindível à sua integração social.Tendo em vista a importância da linguagem, fica fácil avaliar a problemática vivida por indivíduos portadores de deficiências nessa área. Quando a fala é defeituosa, por exemplo, o fato chama a atenção da pessoa que ouve, interferindo, portanto, na comunicação. Em se tratando de uma criança, o problema é maior: além de torná-la desajustada ao meio em que vive a deficiência provocará reflexos na aprendizagem e no aproveitamento escolar.Recentemente, uma série de investigações sistemáticas e pormenorizadasdemonstram até que ponto os fatores ambientais são importantes para o desenvolvimento da linguagem. A influência do meio acontece desde muito cedo e seus efeitos são duradouros. O modo de falar dos pais é muito importante para o desenvolvimento da linguagem e da fala da criança. E os irmãos também, como no caso de um filho mais velho que, ao perceber a atenção que o irmão mais jovem recebe com seu modo de falar infantil, passa a imitá-lo até que isso se torne automático.De uma maneira geral, o ambiente no qual a criança se desenvolve “fornece“ o clima emocional, os modelos verbais e as experiências infantis. Ambiente descontraído e segurança afetiva influem de maneira positiva no desenvolvimento das etapas iniciais de vocalização e balbucio.Os modelos verbais influem pela quantidade, pela qualidade e também por sua vinculação com as experiências imediatas da criança. Escassez e exagero, por exemplo, são contraproducentes; construções gramaticais e articulações muito infantis (ou em nível por demais adulto) desfavorecem o desenvolvimento.Mas o intercâmbio entre a criança e o adulto não se restringe a um recebimento passivo por parte da primeira. A estimulação é mútua. Os adultos tendem a se desinteressar por crianças pouco ativas e que respondem escassamente aos estímulos. Por outro lado, as crianças cujas vocalizações são ignoradas ou reprimidas dificilmente aumentam ou diversificam suas emissões.Além dos fatores ambientais, o desenvolvimento da linguagem depende também de condições biológicas, que devem ser consideradas sob dois aspectos: a hereditariedade e o estado de saúde.
Linguagem/ fala
Felizmente, por volta dos 2 anos a maioria das crianças já tem um número de vocábulos que lhes permite expressar-se verbalmente com facilidade. Algumas nessa idade, e até um pouco antes, já utilizam frases simples, com verbos, adjetivos e preposições, relatam fatos e criam seus próprios vocábulos. Contudo, além das diferenças individuais, que devem ser respeitadas, precisamos estar atentos a fatores determinantes na aquisição, e que quando alterados, podem interferir no desenvolvimento normal da linguagem. Esses fatores podem ser subdivididos em biológicos, psicológicos e sociais. Fatores biológicos • Integridade de S.N.C. (Sistema Nervoso Central): crianças com anoxia neonatal deveriam ter seu desenvolvimento de linguagem observado mais atentamente; • Desenvolvimento intelectual normal: atraso significativo no desenvolvimento neuropsicomotor junto com atraso na aquisição de linguagem, podem ser indicativos de deficiência mental; • Integridade do sistema auditivo: ressaltamos aqui a importância da triagem auditiva ao nascimento para a detecção precoce da deficiência auditiva; • Integridade dos órgãos periféricos da fala (lábios, língua, palato, bochechas): além das propriedades nutricionais do leite materno, sugar no seio, propicia a criança a exercitação da musculatura intra-oral, evitando ou minimizando problemas ortodônticos e articulatórios. Crianças com fissuras lábio-palatais podem apresentar alterações de linguagem e articulatórios; Fatores psicológicos. • Vínculo afetivo entre mãe-criança contribui efetivamente para uma evolução de linguagem muito satisfatória; Fatores sociais • Ambientes tensos, de brigas freqüentes entre familiares, super proteção (pais que não dão a criança oportunidade de aprendizagem, fazem tudo por ela), são modelos de linguagem pobres tanto em quantidade quanto em qualidade, e também podem prejudicar não só a linguagem, mas o desenvolvimento global da criança. Conforme podemos observar, descartando-se a possibilidade de lesões (fatores biológicos), os pais e o meio ambiente têm importância fundamental no desenvolvimento global adequado, na aprendizagem e sobretudo na aquisição de linguagem infantil.

Linguagem/ fala

Felizmente, por volta dos 2 anos a maioria das crianças já tem um número de vocábulos que lhes permite expressar-se verbalmente com facilidade. Algumas nessa idade, e até um pouco antes, já utilizam frases simples, com verbos, adjetivos e preposições, relatam fatos e criam seus próprios vocábulos. Contudo, além das diferenças individuais, que devem ser respeitadas, precisamos estar atentos a fatores determinantes na aquisição, e que quando alterados, podem interferir no desenvolvimento normal da linguagem. Esses fatores podem ser subdivididos em biológicos, psicológicos e sociais. Fatores biológicos • Integridade de S.N.C. (Sistema Nervoso Central): crianças com anoxia neonatal deveriam ter seu desenvolvimento de linguagem observado mais atentamente; • Desenvolvimento intelectual normal: atraso significativo no desenvolvimento neuropsicomotor junto com atraso na aquisição de linguagem, podem ser indicativos de deficiência mental; • Integridade do sistema auditivo: ressaltamos aqui a importância da triagem auditiva ao nascimento para a detecção precoce da deficiência auditiva; • Integridade dos órgãos periféricos da fala (lábios, língua, palato, bochechas): além das propriedades nutricionais do leite materno, sugar no seio, propicia a criança a exercitação da musculatura intra-oral, evitando ou minimizando problemas ortodônticos e articulatórios. Crianças com fissuras lábio-palatais podem apresentar alterações de linguagem e articulatórios; Fatores psicológicos. • Vínculo afetivo entre mãe-criança contribui efetivamente para uma evolução de linguagem muito satisfatória; Fatores sociais • Ambientes tensos, de brigas freqüentes entre familiares, super proteção (pais que não dão a criança oportunidade de aprendizagem, fazem tudo por ela), são modelos de linguagem pobres tanto em quantidade quanto em qualidade, e também podem prejudicar não só a linguagem, mas o desenvolvimento global da criança. Conforme podemos observar, descartando-se a possibilidade de lesões (fatores biológicos), os pais e o meio ambiente têm importância fundamental no desenvolvimento global adequado, na aprendizagem e sobretudo na aquisição de linguagem infantil.

Linguagem: Até que ponto existimos a partir do momento em que falamos?

"A língua é uma coisa de tal modo distinta que um homem privado do uso da fala conserva a língua, contato que compreenda os signos vocais que ouve."Saussure
Desde que nascemos, estamos mergulhados no mundo da linguagem. Da fala, da língua pertencente ao meio em que vivemos. Crescemos dentro da nossa família ouvindo - na maioria das vezes - nossos pais a falarem conosco, além de gestos e sinais, através da fala, das palavras. Nosso pensamento, a forma de entendermos as coisas, o mundo, começa, então, a ter por primordial, as palavras, a linguagem, o nome das coisas existentes no mundo. Construímos na consciência, uma espécie de "biblioteca" onde depositamos tudo o que é ouvido e entendido. Guardamos idéias, significados, palavras e com essa "base de dados" nos expressamos verbalmente pela fala. É como se selecionássemos - pegando na prateleira da biblioteca - palavra por palavra, criando estruturas de entendimento para a comunicação. Quase parecido com uma receita de bolo: você + é + muito + simpática, resultando no queremos dizer pelo o que estamos sentindo ou sobre algo ou alguém.
Agora, por que falamos? Por que não fazemos uso dos sinais ou uso de símbolos, como nas primeiras descobertas do uso da linguagem feitas pelo homem? Por que o homem, diferente dos outros animais, fala? Por que somente nós temos essa faculdade e, até onde, se sabe, já impressa em nossa consciência? Poucas pessoas, acredito, tenham parado para analisar ou questionar essas questões. Pesquisas e trabalhos realizados nesse sentido procuram, ainda, respostas precisas para a pergunta "por que o homem fala". Segundo, Jean Bottéro, o homem, na Mesopotâmia antiga, berço da civilização, percebe a necessidade de comunicar-se e começa a criar possibilidade de entendimento entre si e os outros. Usa sinais e mensagens, traçados ou pintados no flanco dos vasos, ou ainda, tentos em pedra ou argila, por exemplo. Bottéro diz ainda que "se tratava apenas de uma escrita de coisas (grifo nosso): os significados diretos desses caracteres não eram as palavras (grifo nosso) de uma língua mas, em primeiro lugar e de modo imediato, as realidades (grifo nosso) expressas por essas palavras". Levando-se em conta tais informações, sabemos que em um determinado momento da humanidade, o homem teve a necessidade de comunicar-se de algum modo, assim como num determinado momento, passou a falar. É interessante pensar nessas questões porque refletimos e nos perguntamos a partir de quê ou do quê, o homem descobriu que possuía, além das existentes, a faculdade da linguagem. Herder[1] , no livro a História da Filosofia de Bernadeth Siqueira Abraão, diz que,
"a linguagem não é apenas um instrumento de comunicação, mas também o próprio pensamento do ato. O conhecimento não se separa da forma lingüística em que se expressa, e por isso a linguagem também constitui o limite, ainda que móvel, do pensamento... A linguagem não se organiza apenas segundo princípios racionais. As palavras irradiam a capacidade de comunicação para os domínios mais amplos da vida e das forças que a integram, modificam-na e a expressam".
Não temos relatos, se é que eles existem, que nos forneça possibilidades de quando o homem começou a falar. Simplesmente falamos. Se pesquisarmos, em tudo o que nos é disponibilizado, podemos dizer que, segundo a bíblia, mais precisamente no Antigo Testamento, o homem desde o dia em que fora criado por Deus, fala. Mas são relatos bíblicos. Não temos material concreto para levantar, de fato, essa hipótese, a não ser a própria bíblia, claro, inspirada e escrita por homens designados por Deus. Mas Herder recusa tanto o ponto de vista teológico, segundo o qual a linguagem é uma criação de Deus, como a interpretação naturalista de Condillac[2] em que "a linguagem é o resultado da imitação dos sons dos animais". Segundo Herder,
"estes não podem jamais desenvolver o complexo sistema de comunicação e de significação, que é um produto do processo histórico. Precisamente porque os homens vivem no universo histórico, e não no meramente natural, é preciso algo mais do o instinto animal. O homem rodeado de objetos históricos, que são sua própria criação, necessita da inteligência e da reflexão, sem as quais não haveria a percepção, nem o desdobramento desse mesmo mundo histórico".
Ainda que acreditemos em qualquer uma das hipóteses, de quando o homem, de fato, começou a falar, ao acompanharmos o crescimento de uma criança, cada vez mais, notamos como a necessidade de falar é presente na vida humana... O quanto falar faz de nós mais parte do mundo...! Algumas pesquisas nessa área mostram que, no caso da criança, a primeira palavra murmurada já representa seu ingresso no universo da linguagem e o abandono do estado da natureza. Assim, pode-se dizer que é a linguagem que possibilita a tomada de consciência do indivíduo como entidade distinta. Sabemos que fazemos uso da linguagem, da língua que nos é ensinada, falamos. Só não sabemos, por que, justamente pela fala, que comunicamo-nos uns com os outros. Outra questão que intriga o pensamento e os mistérios da vida, ou melhor, reflete sobre a existência da comunicação falada entre os homens é por que falar, viver em sociedade com seres falantes, é quase uma necessidade de sobrevivência? Imaginemos, eu, você, todo nós, sem trocar uma palavra se sequer com qualquer pessoa que seja durante toda a vida? Provavelmente morreríamos de angústia...De solidão. Claro que, se nunca tivéssemos tido contato com a fala, com o som emitido pelos falantes ao falarem, com a língua que nos encontramos hoje inseridos, essa realidade _ de falar_ não existiria...Mas pensemos...Agüentaríamos ficar um dia inteiro que fosse sem falar? Sem falar nada, absolutamente nada? Não agüentaríamos. Não mesmo! O fato é: falamos. Para a Professora Ana Lúcia C. R. Novelli, autora de um dos textos sobre a linguagem disponível na Internet e que trata sobre essas questões,
"a língua são os primeiros traços de identificação da humanidade no homem. Ao se perceber como habitante da linguagem, o homem rompe com o estado inicial da natureza, a qual estão inseridos os animais e os próprios homens ao nascerem, e ingressa no estado de cultura resultante da organização social e do partilhamento da vida em comum".
Novelli defende que, ao nascer, o homem difere dos animais a partir do momento em que percebe a necessidade do uso da linguagem. Na linguagem e pela linguagem é que "o homem vai se constituir como sujeito. É desta forma que a linguagem, ao viabilizar a relação das pessoas, vai permitir o retorno sobre si como individualidade distinta possibilitando, então, a comunicação inter-humana".
Quando ingressamos na escola, vamos descobrindo "como funciona" a vida em sociedade. Somos educados a partir da teoria que o homem é uma animal racional, isto é, pensa, sente, julga as coisas, possui uma inteligência e por isso, temos dois mundos distintos: o mundo do homem e dos animais. Nos livros didáticos e nas aulas de ciências e história, crescemos aprendendo e acreditando de uma certa forma ou de outra, que o homem sempre procurou meios para expressar suas emoções, como o medo, a tristeza, e/ou para apossar-se de algo que considerava ser seu. Registrava de alguma forma. Desenhava. Outros tantos estudos, feitos por pesquisadores preocupados em descobrir o porquê do homem ter essa necessidade do uso da linguagem, o porquê da fala, vêm nos mostrar que isso é, absolutamente, uma faculdade humana. Algo que somente o homem tem como característica e que o difere dos animais. Ainda no texto da professora Ana Lúcia Novelli, sobre o uso da linguagem e da fala, ela diz que "é exatamente em torno da linguagem que o pensamento, a consciência e a reflexão se articulam e possibilitam a organização do mundo pelos homens que, por isso, se tornam capazes de estabelecer uma relação de autonomia a sua própria vivência nesse mundo organizado".
Uma das possíveis respostas que poderíamos ter sobre os motivos pelos quais leva o homem a falar, seria simplesmente, porque o homem pensa. Desenvolveu naturalmente e por identificação da sua humanidade, o processo da fala, constituindo assim, Convenções necessárias para utilização da linguagem falada no meio que vive. É nesse sentido que F. Sussurre[3] , no livro de Lingüística Geral, diz que
"inicialmente, não está provado que a função da linguagem, tal como ela se manifesta quando falamos, seja inteiramente natural, isto é, que nosso aparelho vocal tenha sido feito para falar, assim como nossas pernas para andar". Os lingüistas estão longe de concordar nesse ponto. O lingüista norte-americano Whitney [4] , que considera a língua uma instituição social da mesma espécie que todas outras, diz ainda que "é por acaso e por simples razões de comodidade que nos servimos do aparelho como instrumento da língua; os homens poderiam ter escolhido o gesto e empregar imagens visuais em lugar de imagens acústicas".
Baseados nesses relatos e em outras pesquisas, podemos acreditar que a faculdade da linguagem articulada é a forma que o homem descobriu para se auto-afirmar como ser e dominar o mundo. O homem, ao nomear as coisas e objetos, passou a ter o controle sobre o universo, organizando o espaço em que vive e superando o desconhecido pelo desejo de conhecimento. A tudo e a todas as coisas, o homem atribuiu sentido, designou funções, nomeou coisas e se impôs perante os outros seres. Almandrade já dizia que
"a fala toma conta da coisa (...), o objeto depois de nomeado, passa para o mundo da linguagem (...), o homem se aproxima ou se distancia do mundo e das coisas, apropria-se do real e tenta dominar o desconhecido. A coisa e o mundo torna-se imagens e conceitos (...). Na busca da cômoda ilusão de ver um mundo ordenado e deter o incômodo do desconhecido, o homem usa do poder da palavra, subtraindo o ser da existência, mergulhando-o no nada da linguagem (...). A compreensão eqüivale a um assassinato da coisa, o conceito é a ausência do ser.
No entanto, quando o homem penetra nessa realidade, ele domina o mundo e é dominado pela linguagem, pela fala, pela forma de encarar as coisas a sua volta. Passa a criar algo que não existe na sua realidade, pelo pensamento e pelo conhecimento, e dá nome a esse algo. A partir do conhecimento que se tem do objeto, ele deixa de existir para o mundo e o que passa a ter valor é a palavra, o nome e não o objeto (ou ser) em si. É exatamente isso que Almandrade5 quis dizer. Não precisamos ter um balão na nossa frente, quando dizemos "balão", para que ele exista de fato. Sabemos o que é balão e independente do lugar que ele esteja, na nossa frente ou não, ele existe. O nome substitui o ser. O que passa a ter sentido e o faz existir no mundo é o nome, o que ele remete a nossa consciência. Já paramos para pensar nisso? Como é interessante...E como faz sentido. Enquanto um ser não tem nome, ele não existe! Mas a partir do momento que nomeamos...conhecemos...Tudo muda! O ser ou o objeto passa, agora, a fazer parte do mundo e o homem, mais uma vez, domina seu espaço!
Pois bem! O homem fala. Só não sabemos como isso surgiu. Levantamos hipóteses, discutimos algumas possibilidades...Mas, como é isso? Já que a fala é algo que somente ao homem pertence, por que uns falam a mesma língua e falam, ao mesmo tempo, uma língua diferente? Há formas diferentes de usar a mesma língua depositada no cérebro de todos os seres de uma mesma sociedade? Saussure, no Curso de Lingüística Geral, vai definir a língua como objeto de estudo e diferenciar a língua da fala. Para Saussure,
"a língua é o produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social, para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos. Trata-se de um tesouro depositado pela prática da fala em todos os indivíduos pertencentes à mesma comunidade, um sistema gramatical que existe virtualmente em cada cérebro ou, mais exatamente, nos cérebros dum conjunto de indivíduos, pois a língua não está completa em nenhum, e só na massa ela existe. ".
A fala, ao contrário da língua, para Saussure é algo puramente individual. "São as combinações pelas quais o falante realiza o código da língua no propósito de exprimir seu pensamento pessoal..." É a maneira individual e particular que cada ser faz do uso da língua predominante em uma sociedade. Por isso, podemos explicar, por exemplo, os sotaques regionais, as gírias, e a forma considerada, às vezes, errada , que cada indivíduo tem de usar a língua. A lingüística, partindo desse conceito de língua e fala, não pode, então, considerar que alguns "falam corretamente" e outros "falam erradamente" . O conceito de certo e errado deixa de existir por ser a língua, a mesma para todos os indivíduos de uma sociedade, e algo já impresso na mente (conceitos e imagens acústicas) de todos os seres de um determinado tempo e espaço. Do ponto de vista científico, tudo o que consideramos "erro" ao "falar errado" e, na verdade, algum fenômeno ou acontecimento que pode e deve analisado por estudos lingüísticos.
Questões como essas são muito interessantes e complexas...Começamos discutindo o porquê do homem falar e, pesquisando, tendo como base diversas teorias e diferentes tipos de textos sobre o assunto, chegamos até aqui. Descobrimos que língua e fala, são duas coisas completamente diferentes! Quem, além dos estudiosos e lingüistas, já havia pensado nisso ou percebido alguma diferença quando falamos? O que mais nos surpreenderia, se continuássemos a buscar repostas para essas questões? O que mais nos faria perceber tantas limitações e preconceitos? "Há mais mistérios entre o céu e a Terra do que possa imaginar nossa vã filosofia..."
Portanto, o universo do discurso da linguagem e da fala, é uma característica exclusiva do ser humano e por isso, fundamentais para alcançar a compreensão do mundo e das coisas a nossa volta. Pensamos a linguagem e somos o que a linguagem nos faz ser. Construímos e destruímos mundos diferentes. Podemos estreitar relacionamentos ou nos distanciarmos de relações com o exterior. A partir do momento em que falamos, abandonamos o nosso estado natural e passamos a dominar tudo o que existe no mundo. Criamos novos objetos e seres dentro e fora da realidade, nomeado o que nos cerca e fazendo de nós donos do real e do imaginário.

Qual a diferença entre linguagem, língua e fala?

O termo linguagem deve ser entendido como a faculdade mental que distingue os humanos de outras espécies animais e possibilita nossos modos específicos de pensamento, conhecimento e interação com os semelhantes. É a capacidade específica à espécie humana de se comunicar por meio de um sistema de signos (ou língua).Para Saussure, a linguagem é composta de duas partes: a Língua, essencialmente social porque é convencionada por determinada comunidade lingüística; e a Fala, que é secundária e individual, ou seja, é veículo de transmissão da Língua, usada pelos falantes através da fonação e da articulação vocal.A língua é, então, entendida como forma de realização da linguagem; como sistema lingüístico necessário ao exercício da linguagem na interlocução ou como instrumento do qual a linguagem se utiliza na comunicação. Apesar da língua ser um sistema de signos específicos aos membros de uma mesma comunidade (por exemplo: língua portuguesa, língua inglesa), no interior de uma mesma língua são importantes às variações. Dentro de uma mesma língua temos, então, diversas modalidades: língua familiar; língua técnica, língua erudita, língua popular, língua própria a certas classes sociais, a certos subgrupos, em que se enquadram os diferentes tipos de gíria. Entre as variações geográficas temos os dialetos (como as variações específicas das diversas regiões do Brasil: norte, sul, sudeste etc). Alguns lingüistas preferem usar o termo dialeto para designar as variantes ou variações, de uma forma geral.Como se vê, a língua é um sistema de símbolos pelo qual a linguagem se realiza. Mas a linguagem se encontra relacionada a outros sistemas simbólicos (sinais marítimos, Morse) e torna-se, assim, objeto da semiologia ou semiótica, que deve estudar "a vida dos signos no seio da vida social". Nota-se, portanto, que o termo linguagem tem uma conotação bem mais abrangente do que língua.A fala, por sua vez, é um fenômeno físico e concreto que pode ser analisado seja diretamente, com ajuda dos órgãos sensoriais, seja graças a métodos e instrumentos análogos aos utilizados pelas ciências físicas. Para os receptores (ouvintes) a fala é, com efeito, um fenômeno fonético; a articulação da voz dá origem a um segmento fonético audível imediatamente a título de pura sensação. Esse fenômeno implica o aparelho fonador e a produção dos sons da fala.De tudo que se diz fica evidente que o desenvolvimento humano e o avanço das civilizações dependem do progresso alcançado em suas atividades, a descoberta do fogo, a divisão do trabalho, as máquinas, as tecnolo-gias. Mas, acima de tudo, da evolução dos meios de receber comunicação e de se comunicar, de registrar o conhecimento e do desenvolvimento da escrita e fonética. O homem necessita comunicar para progredir, quanto mais avançada for à capacidade de comunicação de um conjunto de indivíduos mais rápida será a sua progressão. E a linguagem é uma ferramenta capaz de traduzir, fotografar o estágio de desenvolvimento da humanidade.DICAS DE GRAMÁTICASenão é o mesmo que se não?- Nada disso. Em primeiro lugar é interessante saber o que querem dizer e como se usam os termos senão e se não.SENÃO - Conjunção adversativa e preposição, com o sentido de:1 - do contrário, caso contrário, de outro modo, de outra forma;2 - mas, mas sim;3 - mais do que;4 - a não ser.Exemplos:Um espaço cultural deve estar a serviço da qualidade, senão é desserviço. [do contrário]É ele quem decide as obras prioritárias, não com bairrismos ou individualismos, senão com o espírito de bom administrador. [mas sim]Para que Paulo se conformasse com a ruptura, disse que ele não fora senão um zero à esquerda todos aqueles anos. [mais do que]As drogas não oferecem senão uma tênue e fugaz visão do pa-raíso. [a não ser, mais do que]SE NÃO - Aqui são duas palavras distintas: conjunção subordinativa condicional se + o advérbio de negação não. Significa dizer "caso não ...".Exemplos:Espero que não me culpes se não der certo.Preocupa-nos o desempenho da instituição se não for feito o desembolso dos recursos prometidos.Também se escreve separadamente quando equivalente a quando não:A história nos ensina que é muito difícil, se não impossível, encontrar um bom político que seja um bom administrador.Com esta máquina, o Brasil terá condições, se não de disputar, pelo menos de acompanhar o desenvolvimento de um dos setores mais avançados da ciência no mundo.(Jornal A Gazeta, 14 e 15/08/2005)

Qual a diferença entre lingua, linguagem e fala ?

Isso é matéria do 1º sem de direito, gostaria de ter um exemplo, pois lendo, não consegui entender direito...lingua: sistema de signos, em vigor numa determinada comunidade social, cumprindo o papel de instrumento de comunicação entre os seus membros, num sentido de idioma, é um conjunto de sinais (signos) organizados através dos quais os seres se comunicam.Cada grupo social possui a sua linguafala: é o ato individual de seleção e atualização da lingualinguagem: capacidade do ser humano ára comunicar-se por intermédio de signos cujo conjunto sistematizado é a lingua.Conclusão:A lingua é a linguagem praticada em determinada comunidade social, enquanto que a fala é a linguagem pratcada popr determinado membro de uma determinada comunidade social.Gostaria de ter exemplos mais claros para entender isso e estudar para a prova de biodireito "Teoria geram do direito"Sem mais, agradeço desde já

sábado, 6 de setembro de 2008

7-O bebê e seu relacionamento com outros bebês

. A vida social do seu bebê com os seus coleguinhas começa assim que você lhe dá oportunidades de ver outros bebês. Coloque dois bebês em um chiqueirinho ou em um lençol na grama aos 3 meses de idade, e se eles estiverem de bom humor, vão deixar uma imagem que ambas as famílias sempre vão guardar. As brincadeiras cooperativas com outras crianças, o tipo que a maioria dos adultos considera como brincadeira de verdade, não começa até que eles completem 3 anos de idade, mas todas as crianças precisam da companhia de outras crianças muito antes disso. É claro que os irmãos também podem ser companheiros de brincadeiras maravilhosos, mas é importante para o seu bebê estar perto de outros com a mesma idade e tamanho, nem que seja de vez em quando. Nesta página, vamos discutir o desenvolvimento das interações sociais entre o recém-nascido e seus amiguinhos, incluindo uma conversa sobre grupos de brincadeiras e festas de aniversário.Colegas de brincadeiras e amiguinhosEncontrar bons coleguinhas de brincadeira pode ser fácil ou não, dependendo da sua vizinhança, do seu círculo de amigos, de suas inclinações pessoais e de suas habilidades para fazer novos amigos. Se houver um parque público perto da sua casa, esse playground ao ar livre pode ser o lugar ideal para você e seu filho saírem um pouco da rotina doméstica. Muitas amizades que duram a vida inteira, tanto para os pais como para os filhos, começam nos parques. Os pais sociabilizam e trocam dicas sobre como cuidar dos filhos enquanto esses cochilam em carrinhos. Depois, eles se revezam supervisionando as crianças enquanto elas usam os brinquedos do parque e aprendem a conviver uns com os outros.Alguns pais que observaram o desenvolvimento social do seu filho e de outras crianças de uma maneira mais próxima acabaram percebendo que as brincadeiras progridem em estágios relativamente previsíveis. O primeiro estágio é simplesmente não brincar, bebês menores de um ano são observadores. Eles examinam muito atentamente seus brinquedos e tudo o que pára em suas mãos, além de encarar outras pessoas. Você vai perceber que o seu filho fica especialmente interessado em outros bebês e crianças mais novas e está ciente de que eles são diferentes dos adultos.
2006 Publications International, Ltd.As brincadeiras paralelas são um dos passos que o bebê deve percorrer até chegar à interação social verdadeiraBrincadeiras paralelas - os bebês começam pelo que é chamado de brincadeira paralela. Eles brincam um ao lado do outro ou de costas um para o outro, prestando pouca ou nenhuma atenção a quem está ao seu lado. Eles gostam de estar juntos e podem se divertir vendo o outro brincar de vez em quando, mas na maioria das vezes, cada um está interessado somente no que ele mesmo está fazendo. Quando o seu filho completar cerca de 18 meses, é provável que você veja um pouco de agressividade. Eles ainda não sabem direito como brincar. Não entendem o conceito de compartilhar e ainda não aprenderam que não é certo bater, empurrar e morder outras pessoas. Utilize o bom senso ao lidar com brigas entre dois bebês. Mas é óbvio que não dá para ficar parado assistindo uma criança se machucar, tenha cuidado para não ensiná-lo que está tudo bem se bater nos outros porque a mamãe não vai deixar ninguém revidar. Brincadeiras associativas - logo depois vem a brincadeira associativa, na qual as crianças realmente brincam juntas. Este é um tipo de brincadeira desestruturada, em que não há regras, mas duas crianças falam uma com a outra e usam os mesmos brinquedos. Os limites de atenção e paciência são curtos e os egos imperam, por isso não espere que a diversão dure mais do que cerca de meia hora na maioria dos casos. A palavra que você mais vai ouvir é "meu". Se por acaso os olhos de duas crianças observarem o mesmo brinquedo ao mesmo tempo, ambas vão tentar pegá-lo. Os bebês dessa idade realmente querem tudo o que vêem, sem exceções. E não adianta dialogar, pois elas ainda não são maduras o bastante para absorver a idéia de compartilhar. Você pode até conseguir usar um cronômetro para definir quanto tempo cada criança brinca, mas há momentos em que a única solução é sumir com o brinquedo.Lembre-se de que as brigas que você considera irritantes por parecerem sem sentido ajudam as crianças a desenvolver habilidades sociais. Se você interferir em qualquer briguinha que não seja mais séria, vai acabar privando as crianças da chance de aprender a conviver com as outras. Neste ponto, as crianças quase sempre lidam melhor com apenas mais uma criança, convivem melhor e podem brincar por mais tempo com uma criança do que com outra. É importante que ela veja o maior número de crianças possível para que possa escolher aquelas com quem mais gosta de brincar.Brincadeira cooperativa - ao chegar aos 3 anos de idade, a criança se torna proficiente o bastante em relações sociais para começar a brincar de modo cooperativo. Isso envolve regras, compartilhar a vez e a questão da honestidade. Por exemplo, ao brincar de casinha, a "mãe" deve agir como mãe, não é justo derrubar uma torre de pecinhas que os dois construíram juntos, e o seu filho sabe que ele não pode usar o balanço na vez de outro colega. Se tiver filhos mais velhos, é nesse ponto que você começa a ver o companheirismo entre irmãos que você tanto esperava. Enquanto anteriormente as crianças mais velhas provavelmente preferissem usar o mais novo como uma espécie de brinquedo vivo, agora o brinquedinho aprendeu o suficiente para reagir corretamente às brincadeiras e se tornou muito mais interessante. Jogos de faz de conta, como brincar de escola, "casinha" e escritório, são divertidos tanto para os mais velhos como para os mais novos. Os pais costumam se preocupar ao detectar sinais de timidez em seus filhos. Um pouco dessa timidez não é nada mais do que o resultado de uma fase de desenvolvimento e a criança logo sai dela e se torna extrovertido e amigável. É possível ajudar o seu pequeno tímido ao encorajar brincadeiras não ameaçadoras com apenas uma ou duas crianças, em vez de uma multidão de meninos e meninas barulhentos. Saiba que algumas crianças simplesmente são menos sociáveis do que outras, assim como os adultos. Não force a barra.Grupos de brincadeirasUma maneira de dar ao seu filho uma fonte regular de amiguinhos da mesma idade é formar um grupo de brincadeiras com os outros pais. Não é cedo demais para organizar um grupo quando as crianças de três ou quatro pais simpáticos que moram nas proximidades atingirem a idade de 18 meses a 2 anos. Alguns pais gostam de se encontrar, crianças e adultos, uma ou duas vezes por semana. Outros preferem se revezar ao cuidar das crianças. Esta última abordagem acaba funcionando como uma escola e dá a todos os pais um tempo de folga. O pai responsável precisa dedicar total atenção ao grupo para ter certeza de que nenhuma criança se envolva em encrenca. Nestes casos, o melhor é preparar tudo antes da sessão começar. As sessões não devem durar mais do que 2 horas. Não é necessário ter uma grande variedade de brinquedos, os que o seu filho tem já devem ser suficientes. Quando as crianças tiverem 2 anos de idade, o grupo pode ser ampliado. Os pais então vão ter de trabalhar em turnos com dois responsáveis e você pode organizar as reuniões em espaços públicos como uma escola ou uma igreja.Festas de aniversárioO seu filho aprende que o aniversário é um dia muito especial quando você traz o bolo com uma única vela e toda a família festeja e canta. Uma ou duas bexigas, o bolo com a vela, cantar "Parabéns pra você", o flash da câmera e alguns presentinhos já são o bastante para embasbacar quase todos os bebês. Alguns pais também gostam de chamar alguns amigos e seus filhos para a comemoração. É melhor quando as festas são organizadas de maneira simples, em um parque ou no quintal dos fundos, se possível. O ideal é que ao menos um dos pais acompanhe cada criança. Se fizer a festa em casa e houver possibilidade, prepare um espaço para os bebês exaustos tirarem uma soneca.Quando chegar ao segundo aniversário, seu filho já pode ter ido a uma ou duas festas e tem uma idéia do que ocorrerá. Mesmo assim, há várias crianças de três anos de idade que ainda não estão prontas para uma festa completa como a que alguns pais organizam. Nos anos que antecedem a escola e durante o jardim de infância, as crianças já podem lidar com festas temáticas que contam com a participação de 6 a 12 convidados, decorações diferentes, comida, jogos com prêmios, sessões de arte e até animadores profissionais, como palhaços ou mágicos. Mas até chegar a esse ponto, prefira as festas pequenas e curtas, com atividades simples e não competitivas. Bexigas, lembranças para levar para casa e os tradicionais sorvetes e bolos já deixam a festa empolgante o bastante para bebês. Há muitos livros excelentes que ensinam como organizar uma festa infantil, com idéias apropriadas para essas idades específicas.É realmente fantástico o quanto um bebê é capaz de aprender no seu primeiro ano de vida. Ele desenvolve habilidades cognitivas, sociais e de linguagem que vai precisar pelo resto de sua vida. Devido aos atrasos de desenvolvimento que podem ser sinais de problemas mais sérios, os pais costumam ficar preocupados com o fato de o filho estar ou não exibindo habilidades "normais" para a sua idade. As informações deste artigo podem ajudá-lo a determinar a aptidão das habilidades que seu filho desenvolve.Publications International, Ltd. Estas informações são apenas para fins ilustrativos E NÃO DEVEM SER CONSIDERADAS COMO CONSELHOS MÉDICOS. Os Editores do Consumer Guide (R), Publications International, Ltd., o autor ou a editora não assumem responsabilidade por quaisquer conseqüências de qualquer tratamento, procedimento, exercícios, alteração de dieta, ação ou aplicação de medicamentos utilizados decorrentes da leitura ou instruções contidas neste artigo. A publicação destas informações não constitui a prática de medicina e estas não substituem o conselho de seu médico ou outro profissional da área de saúde. Antes de se submeter a qualquer tratamento, o leitor deve procurar o aconselhamento de seu médico ou outro profissional da área de saúde.

6-O recém-nascido e os relacionamentos familiares

. O comportamento social começa bem cedo nas vidas dos seres humanos. Os bebês reagem às pessoas praticamente a partir do nascimento. Na verdade, se você começou o processo de vínculo com o contato da pele logo após o nascimento do seu bebê, deve ter percebido que ele certamente estava ciente da sua presença, tentando lhe alcançar. Os recém-nascidos são atraídos por rostos e gostam do som de vozes, especialmente vozes femininas. Logo os olhos do seu bebê começam a seguir os seus movimentos em uma sala e depois ele até vira a cabeça para lhe observar. Aos 3 ou 4 meses, o bebê reage feliz a pessoas sorrindo e sorri ao ver qualquer pessoa se aproximando. Assim, a interação social tem início. O bebê aprendeu a obter uma reação de outra pessoa. Ele até tenta lhe imitar quando você o encara, mostra a língua ou faz caretas. Um dia vai perceber que o bebê fica quieto se você fala ou canta ao se aproximar do berço. Não vai demorar muito até ele fazer um som para responder à sua voz.
2006 Publications International, Ltd.A família é o primeiro círculo social do bebê
Dos 5 aos 8 meses, ele aprende a ser "uma gracinha", como ganhar a atenção ao fingir tossir ou fazer algo que fez você rir em outra ocasião. Ele sabe a diferença entre pessoas familiares e estranhos e já pode ter medo de estranhos. Quando o seu bebê tem entre 8 meses e 1 ano, ele coopera nos jogos com canções e movimentos de dedos que você vem fazendo para agradá-lo. Logo ele vai adorar ter uma platéia e se deleitar ao fazer o sinal de "tchau" e outras coisas que chamam a atenção. Nesta página, vamos examinar as primeiras interações do recém-nascido com a família durante os primeiros anos de vida. Lembre-se de que bebês variam muito no seu desenvolvimento social. As faixas etárias indicadas são orientações, não há exigências absolutas.O primeiro grupo social: a famíliaA família que mora na mesma casa: mãe, pai, irmãos e alguém que cuide dele, caso o bebê tenha algum tipo de pessoa que faça isso, são o primeiro grupo social dele, um grupo sortudo e seleto. Todos vocês vão se superar para entreter e agradar o bebê, e nada os deixará tão estimulados como quando ele responder e reagir a vocês. Mas lembre-se de que a palavra-chave de todo o comportamento humano é "único". O seu nenê é tão diferente de todos os outros bebês do mundo quanto cada floco de neve é diferente dos outros. Palhaçadas que fazem o seu filho mais velho ou o bebê do vizinho rolarem de rir podem muito bem fazer esse novo bebê chorar e se assustar. Pegue a dica de seu filho: se ele se assusta fácil ou parece com medo dos seus sons altos, caretas ou movimentos repentinos, dê um tempo.Com cerca de um ano de idade, o bebê já é extremamente sociável. Ele adora fazer parte de qualquer reunião familiar e obviamente adora todo mundo. Ele fica feliz em sair com você quando tem que fazer compras ou resolver problemas, faz e recebe visitas sociais com você e aprecia bastante o simples fato de estar com você na casa. Vale tudo, na verdade, contanto que um membro da família esteja por perto.Mas isso vai mudar. O impulso rumo à independência sobre a qual você leu e ouviu acaba se tornando realidade e em algum momento quando estiver com cerca de 18 meses, o bebê parece perder a necessidade que tinha de você. Ela mal nota a sua presença no dia-a-dia, exceto quando você diz "Não". Andar, correr, subir as escadas, explorar e satisfazer sua curiosidade de tudo absorvem toda a atenção dele. De vez em quando, ele volta às suas antigas maneiras de mostrar carinho e brincar como um bebê, mas no geral, a criança dessa idade se concentra tanto nela mesma e no ambiente que os adultos parecem não existir por outro motivo que não seja satisfazer as suas necessidades. A exceção disso ocorre quando os problemas acontecem. Ninguém exceto a mamãe ou a babá pode lidar com um corte ou machucado ou fazer um brinquedo teimoso funcionar da maneira que deveria.A sociabilidade acaba voltando no momento certo, mas quando isso acontecer, o grupo social do bebê também vai incluir os coleguinhas de brincadeiras e outras pessoas de fora da família. Você nunca mais voltará a ser tão importante para ele como foi no primeiro ano, e é assim que tem que ser. Aprender a deixar as coisas acontecerem é uma das lições mais importantes para os pais.Ansiedade da separação e outros medosO amor assume muitas formas e o seu bebê muitas vezes pode mostrar amor ao resistir a qualquer tipo de separação de você. E isso é completamente natural. O seu bebê está ciente da total dependência que tem de você para sobreviver. Se você se ausentar, o medo vai dominá-lo. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, você não quebra a necessidade que o bebê tem de você ao forçar separações freqüentes ou longas. A verdade é que, quanto mais seguro ele se sentir com sua presença, abraçando, acariciando e confortando, mais confiante e sem medo ele vai ficar.Você vai perceber que algo que antes ele achava assustador, talvez o aspirador ou a lavadora de louças, não o faz ter o mesmo sentimento no conforto dos seus braços. Outros medos infundados vêm e vão repentinamente. Alguns dos mais comuns são o medo de cachorros e gatos, os fantasmas e monstros que aparecem à noite, sirenes de emergência, trovões e pessoas com roupas diferentes, como porteiros e freiras, ou com fantasias, como palhaços e o Papai Noel. Esses medos vão passar e ser esquecidos se ajudar o seu filho a superá-los.Caso o bebê pareça não conseguir ficar sem você nem mesmo por um único momento, entenda que essa é uma das fases pelas quais ele vai passar e faça o melhor que puder para conviver com ela. Não force um período prolongado no chiqueirinho ou um período de exercício no meio do chão da sala se o bebê parecer com muito medo de ficar no centro de todo esse espaço vazio. Não faça um bebê relutante ir para o colo de outra pessoa, mesmo se for um parente cujos sentimentos podem ser magoados pela rejeição. Deixe a porta do quarto dele entreaberta na hora de dormir e deixe-o seguro de que você está por perto ao fazê-lo ouvir sua voz de qualquer lugar da casa em que estiver. Tente não mostrar irritação com o que você sabe ser medo infundado porque isto deixa o bebê ainda mais inseguro. Não se preocupe com a possibilidade de mimar um bebê carente ou protegê-lo excessivamente ao evitar situações que sabe que irão deixá-lo com medo. Ele tem um impulso humano natural para ser maduro e independente.Muitos bebês relutam em ficar com suas babás. Quando a mãe sai do seu campo de visão, ela se foi, e crianças menores de um ano de idade ainda não conseguem racionalizar ou perceber que ela vai voltar. Alguns pais acreditam que simplesmente não devem deixar a criança nesse ponto, outros insistem que têm de sair e que tanto eles como os filhos vão aproveitar uma separação ocasional. Se você está no segundo grupo, a sua melhor escolha para uma babá é alguém que a criança conheça: a vovó ou algum outro parente costuma ser o ideal. Pode ser bom que uma babá que o bebê ainda não conheça venha visitá-lo uma ou duas vezes quando você também estiver em casa, de modo que os dois possam se tornar amigos antes dela começar a ficar sozinha com ele.Se não tiver outra escolha a não ser deixar um estranho no comando, peça que essa babá chegue com antecedência para poder conhecer o bebê enquanto você ainda está lá. Nunca saia escondidinho, concordam a maioria dos pais. Use um "tchau" normal, com beijo e aceno. Volte quando disse que voltaria, e defina o horário como "após a sua soneca", em vez de "às 3 da manhã", para uma criança que ainda não sabe medir as horas. Se deixar o bebê na casa da babá, mesmo se ela for uma vovó carinhosa e querida, certifique-se de levar o animalzinho de pelúcia ou cobertor favorito do bebê.Tendo os irmãos como primeiros amigosOs irmãos do seu bebê são os primeiros amigos dele. Com sorte, eles vão permanecer bons amigos pelo resto da vida. Mas o relacionamento nem sempre vai ser harmonioso e uma certa quantidade de rivalidade é normal e esperada. Primeiro, sua preocupação é ajudar o mais velho a lidar com o ciúmes de ser substituído. Para isto, envolva-o no trabalho de cuidar do bebê. Enquanto você ensina o mais velho a brincar com o bebê e a deixá-lo feliz, verá que o bebê também reage. O bebê exibe admiração pelas habilidades e feitos de crianças mais velhas e tem um prazer puro em ter a permissão de estar na companhia delas. Mais tarde, a criança mais nova pode ficar com ciúmes da mais velha por causa daquelas mesmas habilidades e feitos, mas sentem que não há nada como ter um irmão ou irmã mais velho para observar e amar.
Avós e avôs, tias e tiosO momento de começar um relacionamento de amor entre os avós e outros parentes mais velhos é o mais breve possível após o nascimento do seu filho. A maneira de manter relacionamentos tão maravilhosos é deixar o contato aberto e freqüente. O ideal é que a vovó ou vovô morem na mesma rua ou na vizinhança, e o mesmo vale para os outros parentes. Você compartilha feriados e as famílias costumam estar nas casas uns dos outros para visitas rápidas e refeições. Quando os bebês estiverem um pouco mais velhos, eles verão cada casa da família como parcialmente sua.Mas infelizmente, a maioria das famílias não vivem dentro de uma distância que permita visitas, e talvez nem mesmo morem no mesmo estado ou região do país. Algumas das pessoas que gostaria que estivessem por perto do seu filho podem vê-lo somente de vez em quando, nos momentos em que eles ou vocês viajam para visitas. Nessas visitas, a tarefa de ajudar a criança a se lembrar dos parentes e fazer com que os parentes e a criança se sintam próximos é sua. Mantenha os parentes informados sobre o crescimento do seu filho: cartas, telefonemas, fotos e gravações de vídeo e áudio ajudam. Mostre fotos dos parentes a ele, use os nomes deles freqüentemente e conte histórias sobre a sua infância para inclui-los.Um fato triste é que as visitas para lugares distantes podem ser extenuantes para os pais, filhos e parentes, além de insatisfatórias devido às expectativas altas demais e à proximidade excessiva durante um período de tempo curto demais. As rotinas são irritantes e o cronograma de atividades pode ser longo, pode não haver espaço o bastante na casa e nem horas no dia para ter a privacidade e o tempo sozinhos que todos precisam.Lidar com visitas familiares da maneira correta exige tempo, assim como reflexão e boa vontade. Diminuir um pouco as suas expectativas ajuda. Não espere que os avós e outros parentes achem seu filho e os seus métodos de educação perfeitos. Não pense nem por um minuto que em algum ponto durante a visita o seu filho não vai demonstrar hábitos feios e fazer coisas desagradáveis (porém normais) para a idade dele. Não pense que pode ir a todos os lugares, ver todas as pessoas e fazer tudo o que quer e acima de tudo, não se preocupe com a possibilidade de seus parentes mimarem seu filho. Um pouco de carinho, atenção extra e afrouxamento das regras podem deixar a visita mais especial e memorável.Entre 1 e 3 anos de idade, a criança já está pronta para dar o próximo passo social. Embora aprender a brincar de verdade com outras crianças leve algum tempo, ela quer ficar perto delas, mesmo que seja só como um observador. Ela aprende muito a partir da observação. Vá para a próxima página para saber sobre as interações sociais do seu filho com as outras crianças.

5-Desenvolvimento da linguagem em um recém-nascido

A linguagem é muito mais do que simplesmente falar. A partir do dia em que seu filho nasce, você e ele se comunicam através de conversas com olhares, sorrisos e linguagem corpórea. Ele reage à sua voz e ao som do seu coração. A principal ferramenta de comunicação dele é o choro. Quando está com 2 meses de idade, ele provavelmente já desenvolveu choros diferentes para indicar fome, dor, fadiga e desconforto. Esta seção detalhará os marcos do desenvolvimento da linguagem do bebê e dará dicas para você encorajar o seu filho a falar.O desenvolvimento da falaOs primeiros sons não relacionados ao choro que seu bebê faz são sons guturais que surgem com uma produção aumentada de saliva: o gargarejar, cuspir, arrulhar e gritos que começam mais ou menos aos 3 meses de idade.
2006 Publications International, Ltd.Podem não parecer palavras, mas o seu bebê pode começar a tentar falar com você aos 3 meses de idadeLogo ele começa a juntar os sons e repetir combinações de consoantes e vogais como "ba-ba-ba". Esteja ciente de que é raro um bebê seguir quaisquer cronogramas para o desenvolvimento das habilidades da fala. As crianças variam nessa área como em qualquer outra área do desenvolvimento. Pode ser em qualquer momento entre os 6 meses e 1 ano de idade que ele chame uma ou duas pessoas muito importantes pelo nome (muito provavelmente, "mama" e "papa"). Na verdade, um bebê que começa a falar mais cedo pode conhecer e usar até doze palavras ao completar um ano de idade. Estas palavras provavelmente são todas substantivos e representam as versões do bebê para objetos familiares como biscoito, suco, cachorro e copo.Você sabe que seu filho está realmente ansioso para falar como os adultos quando começar a ouvir jargões contínuos, montes de sons sem sentido, cheios de inflexões que os fazem parecer uma conversa em alguma língua estrangeira. Esse tipo de conversa pode continuar por muito tempo após o seu filho ser capaz de se fazer entender com palavras de verdade (normalmente quando ele está brincando sozinho). Entre 1 e 2 anos de idade, ele já deve ter uma vocabulário de cerca de 50 palavras (e não tenha dúvida de que uma delas é "não") e gosta de cantar músicas familiares e repetitivas com você. Não se surpreenda se o seu filho parecer atingir um platô no progresso da fala quando aprender a falar, é difícil dar duro em duas habilidades de uma só vez. As crianças costumam começar a colocar substantivos e verbos juntos para formar frases de duas ou mais palavras entre dois e dois anos e meio, e quem começou a falar mais cedo pode até adicionar uma preposição (debaixo da mesa) ou um adjetivo (cachorro grande). Quando completar 3 anos de idade, ele já pode ter um vocabulário de até 300 palavras. Talvez você note que a freqüência de explosões de raiva e períodos de frustração diminuem à medida que ele descobre palavras para expressar sua raiva e seus desejos.Encorajando seu filho a falarEstimule o seu filho a falar o tempo todo em que estiverem juntos, enquanto realizam suas atividades diárias. Veja algumas maneiras de ajudar no desenvolvimento da linguagem:
fale bastante com o seu bebê, dando total atenção a ele. Abaixe-se até a altura do seu filho e olhe nos olhos dele;
fale devagar e claramente, descrevendo o que está fazendo com ele e para ele, usando todas as palavras necessárias: partes do corpo, peças de roupas, tipos de alimentos, brinquedos favoritos. Use as mesmas palavras para objetos semelhantes quando o seu filho tiver menos de 2 anos de idade. Chame todos os calçados de sapatos, por exemplo, em vez de chinelos e tênis;
explique tudo de maneira simples. Quando tiver cerca de 15 meses, ele será capaz de fazer o que você pede se der comandos como "Traga uma fralda". Você vai causar confusão se usar uma frase longa que comece com "Vá até o quarto e...";
use livros de figuras para ajudá-lo a desenvolver as associações palavra-objeto, sempre apontando objetos familiares e pedindo que ache o cachorro, o bebê ou a casa nas figuras. Brinque com jogos de palavras, ensine brincadeiras com os dedos e use canções que são acompanhadas por ações;
preste atenção ao seu filho quando ele falar com você. Tenha paciência e espere que ele fale as palavras certas para terminar um pensamento em vez de terminar esses pensamentos você mesmo ou dar o que ele quer antes que as palavras tenham saído da boca dele;
tenha paciência também ao responder todas as perguntas, não importando se parece que elas nunca acabam. Pratique ampliar um pouco uma pergunta dando informações adicionais. Por exemplo, se o seu filho pergunta, "O que é isso?", apontando para um esquilo, adicione o fato de que o animal está na árvore para procurar coisas para comer;
não estimule quando ele faz sons de bebê ou usa gramática incorreta, mas não o corrija, pois isso o deixa com medo do ato de falar em si. Em vez disso, repita as palavras ou frases da maneira correta.Tenha em mente que o desenvolvimento da linguagem inclui a linguagem "receptiva" (a compreensão das palavras) assim como a linguagem "expressiva" (falar as palavras). Durante toda a primeira infância, e especialmente durante os anos como bebê, as crianças sempre podem entender muito mais do que conseguem dizer. Por isso, se seu filho não está falando tanto, mesmo que com 2 anos de idade, provavelmente não há com o que se preocupar se estiver notando que o vocabulário "receptivo" está aumentando continuamente.Conforme os hábitos relacionados ao ato de falar vão amadurecendo, ele vai poder interagir melhor com você. As interações sociais dele vão a um novo nível de complexidade e a frustração diminui à medida em que a habilidade de se expressar aumenta. Vá para a próxima página para ver uma explicação completa sobre a evolução do relacionamento do recém-nascido com seus pais e outros membros da família.

4-Desenvolvimento cognitivo e social de um recém-nascido

por Michael Meyerhoff, Ed.D. - traduzido por HowStuffWorks Brasil
Neste artigo
1.
Introdução
2.
Desenvolvimento cognitivo do recém-nascido
3.
Promovendo o desenvolvimento do bebê
4.
Teorias do desenvolvimento cognitivo
5.
Desenvolvimento da linguagem em um recém-nascido
6.
O recém-nascido e os relacionamentos familiares
7.
O bebê e seu relacionamento com outros bebês
8.
Veja todos os artigos sobre O corpo
Teorias do desenvolvimento cognitivo Não há um único conjunto de instruções aos pais que assegure resultados perfeitos quando seguido à risca. Inúmeras variações e experiências humanas que não fazem parte de qualquer teoria em particular integram as ações dos pais, o que torna impossível e não inteligente tentar seguir somente um método de educação infantil. Isso não significa que os pais não devem se interessar pelas descobertas dos pesquisadores dessa área. Quanto mais informados os pais estiverem, mais capazes eles serão para escolher, entre as muitas atitudes e pontos de vista dos especialistas, as que acreditam que funcionarão para eles e serão compatíveis com seus temperamentos e estilos de vida. Nesta página, vamos fornecer um esboço geral das teorias de desenvolvimento cognitivo ensinadas pelos quatro especialistas.A opinião dos especialistas no desenvolvimento cognitivoUm único artigo como este não pode cobrir todo o trabalho que já foi feito sobre a cognição. O texto a seguir tenta lhe dar um apanhado geral sobre as premissas básicas dos quatro principais teóricos: Piaget, Gesell, Erikson e Spock. Todos acreditam que há estágios ou períodos de desenvolvimento, mas cada um enfatiza uma abordagem diferente para o estudo dos padrões de aprendizagem e pensamento de uma criança. Mas lembre-se, isso é só um apanhado geral.
2006 Publications International, Ltd.O fator mais importante no desenvolvimento de uma criança são, com certeza, os paisPiaget e Gesell - Jean Piaget foi um psicólogo suíço que pode ser chamado de interacionista, ou seja, sua teoria declara que o desenvolvimento intelectual é resultado de um intercâmbio dinâmico e ativo entre uma criança e seu ambiente. Já Arnold Gesell, um pediatra americano que conduziu suas pesquisas no Yale Child Study Center (Centro para Estudo Infantil da Universidade de Yale), pode ser chamado de maturacionista. Sua teoria é a de que a hereditariedade promove o desenvolvimento em uma seqüência pré-ordenada, como uma espécie de cronograma, com algumas diferenças individuais. Ambos contribuíram muito para os conhecimentos sobre o desenvolvimento de bebês e crianças. Embora estejam em pólos opostos, ambos possuem fatos registrados úteis para os pais e profissionais na hora de fazer observações importantes sobre o comportamento da criança. As contribuições de Piaget para a teoria da aprendizagem ajudaram a formar muitos programas educacionais em nossas escolas, enquanto os cronogramas de Gesell sobre o desenvolvimento do comportamento ainda são usados como ferramentas clínicas e de diagnóstico por pediatras especializados no desenvolvimento.Erikson e Spock - Erik Erikson, um psicanalista infantil do Institute of Child Welfare (Instituto do Bem-estar da Criança) na Califórnia, e Benjamin Spock, o mestre dos pediatras americanos, podem ser discutidos juntos. Enquanto Piaget e Gesell enfatizam o desenvolvimento motor e intelectual, Erikson e Spock estão mais interessados no desenvolvimento emocional da criança. Embora eles também pensem no desenvolvimento em termos de estágios ou períodos, eles diferem de Piaget e Gesell ao realçar a importância das diferenças individuais entre as crianças.Os 4 estágios teóricos do desenvolvimento de Piaget - Piaget descreve quatro períodos, ou estágios, teóricos do desenvolvimento de uma criança: sensório-motor, pré-operacional, operacional concreto e operacional formal. Esses períodos já criaram uma grande quantidade de pesquisas, a maioria das quais apoiou as conclusões de Piaget sobre o desenvolvimento cognitivo de crianças.Os quatro estágios são muito diferentes uns dos outros, cada um revela uma maneira diferente na qual um indivíduo reage ao seu ambiente. Como um interacionista, Piaget acredita que cada estágio do desenvolvimento ocorre como resultado da interação entre a maturação e o ambiente. Ele também acredita que a inteligência ou o comportamento inteligente é a habilidade de se adaptar. Mesmo o comportamento não-verbal, até o ponto em que é adaptativo, é inteligente.
Sensório-motor - neste estágio (do nascimento aos 2 anos de idade), a criança se transforma de uma criatura que responde na maior parte das vezes com reflexos, para alguém capaz de organizar as atividades sensório-motoras em resposta ao ambiente, como para alcançar um brinquedo, por exemplo, ou para sair de perto de um estranho assustador. Um bebê gradativamente vai se tornando mais organizado e suas atividades ficam menos aleatórias. Através de cada encontro com o ambiente, ele progride de um estágio de reflexo para o estágio do aprendizado via tentativa e erro e solução de problemas simples.
Pré-operacional - neste estágio (dos 2 aos 7 anos), o pensamento de uma criança, de acordo com os padrões de um adulto, é ilógico e totalmente concentrado em si próprio. Ela começa a usar símbolos para representar objetos, lugares e pessoas. Os símbolos, imagens que representam algum objeto ou pessoa, são sensações visuais, sonoros ou de toque invocadas internamente. Nas brincadeiras, uma criança age de acordo com sua visão do mundo, usando um sistema de símbolos para representar o que ela vê em seu ambiente.
Operacional concreto - no estágio operacional concreto (de 7 a 11 anos), a criança começa a ganhar a capacidade de pensar de maneira lógica e entender os conceitos que usa ao lidar com o ambiente ao seu redor.
Operacional formal - ela chegou no estágio operacional formal (acima dos 12 anos), quando começa a pensar em termos abstratos e concretos. Adolescentes, por exemplo, podem discutir tanto problemas teóricos como reais.No ponto de vista de Piaget, o desenvolvimento do conhecimento é um processo ativo e depende da interação entre a criança e o ambiente. A criança não possui um conjunto pré-definido de habilidades mentais e nem é um recipiente passivo de estímulos do ambiente. A partir da infância, o movimento cada vez mais dá lugar ao pensamento e o aprendizado continua a ser um processo interativo.A teoria da maturação de Gesell - assim como Piaget, Gesell tira a ênfase das diferenças individuais entre crianças e realça a importância da maturação. No entanto, ao contrário do psicólogo suíço, Gesell vê a maturação seguindo um cronograma herdado em que as habilidades e capacidades emergem em uma seqüência pré-definida. Gesell acredita que, devido ao fato de que o bebê e a criança estarem sujeitos a forças do crescimento previsíveis, os padrões de comportamento resultantes não são subprodutos estranhos ou acidentais. Esses padrões são, em seu ponto de vista, produtos finais previsíveis de um processo de desenvolvimento total que funciona em uma seqüência específica. Ele descreve quatro campos do comportamento: motor, adaptativo, linguagem e pessoal-social. De acordo com esse ponto de vista, a organização do comportamento começa bem antes do nascimento e segue seu caminho da cabeça aos pés. Em um resumo do desenvolvimento comportamental, ele descreve os seguintes pontos de referência:
No primeiro trimestre do primeiro ano de vida (16 primeiras semanas), o recém-nascido ganha o controle sobre os músculos e nervos da face (envolvidos na visão, audição, paladar, sucção, deglutição e olfato).
No segundo trimestre (de 16 a 28 semanas), o bebê começa a desenvolver o comando dos músculos do pescoço, da cabeça e move seus braços intencionalmente. O bebê tenta pegar objetos.
No terceiro trimestre (de 28 a 40 semanas), o bebê ganha controle do tronco e das mãos, começa a pegar objetos, passá-los de uma mão à outra e demonstrar afeto por eles.
No último trimestre (de 40 a 52 semanas), o controle se estende às pernas e pés do bebê, assim como aos dedos indicadores e polegares, para permitir pegar pequenos objetos. O bebê também começa a falar.
No segundo ano, o bebê anda e corre, fala algumas palavras e frases com clareza, adquire o controle sobre a bexiga e o intestino, e começa a desenvolver um sentido de identidade pessoal e de posse.
No terceiro ano, a criança usa frases claras, tornando as palavras suas ferramentas para expressar seus pensamentos. Já deixou de ser um bebê e agora tenta manipular o ambiente. Tem explosões de raiva.
No quarto ano, a criança faz várias perguntas e começa a formar conceitos e generalizar. Já depende quase que totalmente dela mesma nas rotinas domésticas.
Aos 5 anos, a criança já está bastante madura no controle motor de grandes músculos: ela brinca e salta normalmente, pula num pé só. Fala sem fazer sons infantis e pode contar uma história longa e algumas piadas simples. E também sente orgulho de suas realizações, além de ser bastante segura no mundinho doméstico. Erikson e Spock - enquanto Piaget e Gesell enfatizam o desenvolvimento motor e intelectual, Erikson e Spock estão mais interessados no desenvolvimento emocional da criança. Embora também pensem no desenvolvimento em termos de estágios ou períodos, eles diferem de Piaget e Gesell ao realçar a importância das diferenças individuais entre as crianças. As classificações a seguir são de Erikson, mas as descobertas de Spock também são mostradas.
O período da confiança cobre os primeiros meses da vida do bebê e é chamado assim porque os bebês precisam criar confiança em seus pais e em seu ambiente. Esse período de confiança dá uma base sólida para o desenvolvimento futuro. Spock chama os bebês desse estágio de "fisicamente indefesos e emocionalmente adaptados". Alguns bebês, no entanto, são mais difíceis de se compreender e seus pedidos de ajuda não são claros. Seus pais não conseguem distinguir o choro de fome, fadiga ou o desconforto de fraldas molhadas do choro por atenção. Problemas ocorrem freqüentemente devido à inexperiência dos pais ou porque há diferenças marcantes no temperamento entre o pai e o bebê.
O período de autonomia é aquele em que o bebê luta por independência. Esse período representa o desenvolvimento do autocontrole e autoconfiança. Já Spock fala que a criança nesse estágio possui uma "percepção de sua própria individualidade e força de vontade" e vacila entre a dependência e a independência. Os pais dessa criança devem aprender a aceitar um pouco de perda de controle para manter os limites necessários.
O período da iniciativa cobre os anos anteriores à escola, em que a criança ganha liberdade considerável. Spock, por sua vez, chama o que a criança faz nesse período de "imitação através da admiração". Os medos são um problema comum e a criança tem uma vida cheia de fantasias. As crianças nessa fase costumam ter dificuldades para se separar de seus pais, normalmente causadas ou reforçadas pelos problemas que os próprios pais têm em se separar deles.
O período da criação (ou finalização do trabalho) é quando a criança em idade escolar aprende a receber elogios ao realizar e produzir resultados. Spock descreve este período como o período no qual a criança tenta se ajustar em um grupo estranho de amigos e se afastar de seus pais. Os pais reagem a essa declaração de independência de várias maneiras diferentes, constantemente se sentindo magoados ou decepcionados. As crianças em idade escolar ainda precisam de bastante apoio dos pais, apesar de suas tentativas superficiais de auto-afirmação. Os pais devem apoiar de maneira que deixem claro o respeito pelos sentimentos e orgulho da criança.
A adolescência é o quinto e último estágio de desenvolvimento de Erikson. Ele diz que a principal tarefa dos adolescentes é estabelecer a identidade, descobrir quem são e o que querem fazer da vida. Os testes que os adolescentes fazem com seus relacionamentos e o desenvolvimento de uma visão da realidade com a experimentação constante podem ser bem difíceis para os pais. O ponto de vista de Spock é que os adolescentes são extremamente focados nos colegas. Ele realça a necessidade dos pais continuarem a definir limites apropriados, imbuir valores pertinentes e servirem de modelos positivos.Embora Piaget, Gesell, Erikson e Spock tenham abordagens diferentes para o tema do desenvolvimento da criança, ajuda saber um pouco sobre cada uma delas. Pode ser que você ache útil pensar no desenvolvimento do seu filho em termos de sua interação com o ambiente quando ele é um recém-nascido, mas posteriormente você conseguirá tirar mais proveito da abordagem emocional. O que aprendemos acima são somente as teorias básicas de cada um desses especialistas, mas esperamos que tenha lhe dado uma boa base de conhecimento sobre o que esperar do seu filho no que se refere ao desenvolvimento cognitivo. Na próxima página, vai descobrir mais sobre o progresso das habilidades de linguagem do seu filho

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

1- Desenvolvimento cognitivo e social de um recém-nascido

por Michael Meyerhoff, Ed.D. - traduzido por HowStuffWorks Brasil
Neste artigo
1.
Introdução
2.
Desenvolvimento cognitivo do recém-nascido
3.
Promovendo o desenvolvimento do bebê
4.
Teorias do desenvolvimento cognitivo
5.
Desenvolvimento da linguagem em um recém-nascido
6.
O recém-nascido e os relacionamentos familiares
7.
O bebê e seu relacionamento com outros bebês
8.
Veja todos os artigos sobre O corpo
Introdução A passagem repentina do ambiente úmido e escuro do útero para uma existência fora do corpo da mãe corta a dependência que o bebê tinha do suprimento de sangue vindo dela. Ele tem que começar a usar seus pulmões e seu estômago.Um bebê passa seus primeiros dias se recuperando do parto. Os mecanismos de respiração, digestão, circulação, eliminação, regulação da temperatura copórea e secreção hormonal devem se estabilizar para que ele comece sua nova vida de independência. Enquanto toda essa adaptação vai acontecendo, eles ficam à mercê dos próprios reflexos, assustando-se facilmente com mudanças bruscas e balançando os braços em pânico se sentirem que estão caindo. Assim começa uma existência cada vez mais independente para o bebê, um processo chamado de desenvolvimento. Aprenda sobre as fases do processo de crescimento mental e social de um recém-nascido nas seguintes seções:
Desenvolvimento cognitivo do recém-nascidoO desenvolvimento cognitivo compreende a aquisição de conhecimento e inclui tudo, desde reconhecer a mãe até aprender como cantar a música do alfabeto. Nesta seção, vamos conversar sobre a polêmica questão da "natureza versus criação" e como ela se aplica ao desenvolvimento do seu bebê, incluindo opiniões de especialistas sobre os efeitos que o ambiente tem sobre a inteligência. Vamos examinar o que constitui o desenvolvimento normal de um bebê e dar uma idéia geral de quais comportamentos esperar em momentos específicos. E finalmente, esta seção também vai discutir expectativas razoáveis e alertar sobre o perigo de fazer comparações entre o seu filho e outras crianças.
Promovendo o desenvolvimento do bebê
Você, pai ou mãe, controla ou faz parte de uma porção do ambiente ao qual seu filho está exposto, o que significa que, já tendo fornecido a "natureza", agora você está fornecendo a "criação". Você verá nesta seção como as suas contribuições podem ajudar o desenvolvimento do seu bebê. Leia sobre a importância de construir confiança e vínculo e ficar bastante tempo com o recém-nascido. Aprenda como estimulá-lo com brinquedos e conversas e saiba como é importante permitir que ele passe algum tempo sozinho. Também vamos discutir os limites da sua influência e o reconhecimento das características únicas do seu filho.
Teorias do desenvolvimento cognitivo
Há várias teorias sobre o desenvolvimento infantil, mas os quatro especialistas apresentados nesta seção contribuíram com alguns dos mais valiosos estudos na área do desenvolvimento cognitivo. Jean Piaget, um psicólogo suíço, explica a aquisição do conhecimento como um jogo entre a criança e seu ambiente e descreve quatro estágios de evolução cognitiva. O pediatra americano Arnold Gesell teoriza que os genes determinam o cronograma do desenvolvimento. De acordo com suas idéias, a maturação se desenvolve da cabeça aos pés em um ritmo previsível. Tanto Erik Erikson, um psicanalista infantil, como Benjamin Spock, o mestre dos pediatras americanos, fazem uma abordagem mais individualizada do assunto.
Desenvolvimento da linguagem em recém-nascidos
A comunicação de uma criança começa com seus primeiros choros e gradativamente se expande para também incluir expressões faciais, gestos e, por último, a fala. Mas muito antes dela murmurar suas primeiras palavras, ela vem ouvindo conversas ao seu redor e aprendendo a reconhecer padrões. Esta seção examina os marcos do desenvolvimento da linguagem, dos primeiros sons à formação das palavras, passando pela repetição das sílabas. Aqui vamos aprender quando realmente esperar que o bebê diga sua primeira palavra e a primeira frase. E também incluímos orientações sobre como encorajá-lo falando claramente e simplificando instruções e explicações. Por fim, leia também sobre a diferença entre a fala "receptiva" e a "expressiva".
O recém-nascido e os relacionamentos familiares
O círculo social inicial de um recém-nascido naturalmente inclui seus pais, família e a pessoa que cuida dele (se os próprios pais não fizerem isso). Esta seção trata do desenvolvimento de relacionamentos entre um recém-nascido e seus pais, irmãos, tios e avós. Aprenda sobre as fases de vínculo do bebê com os pais, desde a dependência total até os primeiros estágios de independência, incluindo uma explicação sobre a ansiedade da separação e conselhos sobre como lidar com ela. Descubra como um bebê reage inicialmente aos seus irmãos e como esse relacionamento se desenvolve. Além disso, você também lerá algumas dicas sobre como deixar as reuniões de família mais prazerosas.
O bebê e seu relacionamento com outros bebês
Embora os bebês gostem de ver e ter a companhia de outras crianças da mesma idade, eles ainda são jovens demais para interagir de maneira significativa. Como você verá nesta seção, crianças abaixo dos três anos de idade costumam realizar brincadeiras paralelas, o que significa simplesmente brincar perto da outra. Aprenda sobre a progressão das brincadeiras paralelas até as brincadeiras associativas. Veja como uma brincadeira desestruturada, em que as crianças tendem a competir pelos mesmos brinquedos, evolui para uma brincadeira cooperativa, em que a criança começa a compartilhar e seguir regras. Nesta seção, você vai encontrar orientações para estabelecer e fazer parte de grupos de brincadeiras. Além de aprender o que fazer e o que não fazer em festas de aniversário para crianças.

Desenvolvimento cognitivo e social de um recém-nascido

por Michael Meyerhoff, Ed.D. - traduzido por HowStuffWorks Brasil
Neste artigo
1.
Introdução
2.
Desenvolvimento cognitivo do recém-nascido
3.
Promovendo o desenvolvimento do bebê
4.
Teorias do desenvolvimento cognitivo
5.
Desenvolvimento da linguagem em um recém-nascido
6.
O recém-nascido e os relacionamentos familiares
7.
O bebê e seu relacionamento com outros bebês
8.
Veja todos os artigos sobre O corpo
Promovendo o desenvolvimento do bebê Como pai ou mãe, você terá um papel importante na determinação do tipo de pessoa que seu filho eventualmente se tornará. Como aprendemos na página anterior, o QI de uma criança pode variar bastante dependendo de sua criação. Tome a dianteira e promova o desenvolvimento cognitivo de seu filho, fornecendo a ele um ambiente seguro e acalentador. Leia esta seção para ter sugestões sobre passos adicionais que podem ser tomados para promover o desenvolvimento do seu bebê.
2006 Publications International, Ltd.Os pais que promovem um sentimento de confiança básico permitem que seus filhos desenvolvam
relacionamentos mais profundos no futuroPromovendo o máximo de desenvolvimentoCrianças que são amadas como são e não pelo que virão a ser desenvolvem um sentimento de segurança e inclusão. Os pais que promovem um sentimento de confiança básico permitem que seus filhos desenvolvam relacionamentos mais profundos no futuro e, desta forma, contribuem de maneira positiva para a formação das personalidades de seus filhos. Ao construir sentimentos de confiança, honestidade, integridade e confiabilidade, os pais podem ir longe na tentativa de promover o desenvolvimento máximo.O ideal é que seu papel na promoção do desenvolvimento do seu filho comece no momento do nascimento, pois é o contato corporal que dá início ao processo de criação de vínculo. Quando essa proximidade física inicial com a mãe não é possível por alguma razão, o vínculo pode ser conquistado mais tarde através de amor e toques físicos. Os primeiros três anos de vida da criança são extremamente importantes para o desenvolvimento e os maiores presentes que você pode dar a ela durante esse período são o seu tempo e entusiasmo pelas habilidades que ela está desenvolvendo. Ela precisa aprender durante cada momento acordada, e o melhor que você pode fazer não é ensinar, mas sim fornecer um ambiente estimulante e uma atmosfera repleta de apoio emocional. Siga as pistas que sua criança dá, em vez de forçá-la e tentar apressá-la. Para que a brincadeira seja recompensadora e criativa, ela precisa não só dos brinquedos apropriados, mas também de calor humano, atenção e orientações. Se tiver de confiar os cuidados diários da sua criança a outra pessoa, escolha com cautela. As crianças devem estar com pessoas que as amam e valorizam para que aprendam a amar e valorizar a si mesmas e aos outros.Mesmo os bebês precisam de privacidade e tempo para si mesmos. O ambiente em que seu bebê aprende e se desenvolve deveria ser um ambiente protetor e seguro. Ele precisa de um lugar calmo e silencioso para dormir e, quando acordado, não deve estar constantemente no meio de uma tarefa ativa demais. Mantenha os estímulos visuais e auditivos em um tom baixo para gerar uma atmosfera calma na qual o bebê possa desenvolver suas percepções sobre o mundo exterior.Além disso, eles também precisam de momentos de paz e silêncio longe de pessoas e atividades. Precisam de tempo para recarregar as baterias, para descansar e organizar suas vidas interiores. Crianças que são estimuladas em excesso passam seus dias em lugares lotados e nunca ficam sozinhas, exceto na hora de dormir, tendem a se excitar facilmente, ser dependentes de outros para se divertir e não conhecer suas próprias habilidades.Outra coisa essencial no desenvolvimento de seu filho é sua orientação: a definição de limites e estabelecimento de fronteiras. Uma criança precisa de pais que definam limites apropriados a sua idade de acordo com cada passo do desenvolvimento. O autocontrole e a disciplina se desenvolvem somente após os limites terem sido definidos com firmeza. A consistência geral é importante porque constrói sentimentos de segurança na criança.A idéia básica é tentar atingir um equilíbrio entre a rotina e a variedade, o igual e o diferente, proteção e liberdade. Confie em seus instintos, aconselha o proeminente pediatra T. Berry Brazelton. As crianças são extremamente adaptáveis e não podemos falhar em promover o desenvolvimento máximo se o objetivo for fornecer um relacionamento profundo e caloroso com a criança, assim como um mundo de brinquedos, experiências e instrução apropriados.Reconhecendo que seu filho é únicoAs influências ambientais por si só não podem explicar a variabilidade no desenvolvimento de uma criança. O temperamento do seu filho tem um papel significativo e ativo na interação com o seu próprio estilo como pai/mãe. Infelizmente, algumas vezes acontecem combinações mal sucedidas entre os temperamentos dos pais e dos filhos. Por mais profundo que seja o amor e respeito que eles têm um pelo outro, esses pais e filhos simplesmente não conseguem conviver em paz, em situações que podem durar a vida inteira. É importante que os pais venham a entender as diferenças entre eles e seus filhos, o que é que move seus filhos e qual a melhor maneira de ajudá-los e guiá-los. Em casos especialmente difíceis, um programa de gerenciamento específico instituído por um terapeuta pode ajudar a melhorar a relação.O termo temperamento significa o comportamento único de cada indivíduo. Muitos psicólogos e outros profissionais descreveram o que acreditam ser as características mais facilmente identificáveis dos vários tipos de temperamentos e personalidades. Por exemplo, uma categoria de temperamento a que se refere com freqüência é a "criança fácil". A criança fácil tem como característica a regularidade biológica (dos intestinos, bexiga e alimentação) e a adaptabilidade. No outro extremo do espectro, a "criança difícil" possui irregularidades biológicas, foge de situações novas, tem variações de humor e se adapta lentamente. E também há a "criança morna" que está em algum ponto no meio da escala, combinando os dois tipos de temperamento.Tenha em mente que termos como "fácil" e "difícil" são subjetivos. O temperamento e experiência dos pais também são importantes. O que é fácil ou difícil para uma pessoa pode não ser para outra. Além disso, cuidado para não associar "fácil" com "bom" ou "difícil" com "mau". E finalmente, repare que o temperamento não é necessariamente estável, especialmente durante os primeiros meses de vida.Então, o que esperar do seu filho? Vá para a próxima página para ter uma visão geral das teorias cognitivas dos quatro maiores especialistas da área: Benjamin Spock, Jean Piaget, Erik Erikson e Arnold Gesell.

Desenvolvimento cognitivo e social de um recém-nascido

por Michael Meyerhoff, Ed.D. - traduzido por HowStuffWorks Brasil
Neste artigo
1.
Introdução
2.
Desenvolvimento cognitivo do recém-nascido
3.
Promovendo o desenvolvimento do bebê
4.
Teorias do desenvolvimento cognitivo
5.
Desenvolvimento da linguagem em um recém-nascido
6.
O recém-nascido e os relacionamentos familiares
7.
O bebê e seu relacionamento com outros bebês
8.
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Desenvolvimento da linguagem em um recém-nascido A linguagem é muito mais do que simplesmente falar. A partir do dia em que seu filho nasce, você e ele se comunicam através de conversas com olhares, sorrisos e linguagem corpórea. Ele reage à sua voz e ao som do seu coração. A principal ferramenta de comunicação dele é o choro. Quando está com 2 meses de idade, ele provavelmente já desenvolveu choros diferentes para indicar fome, dor, fadiga e desconforto. Esta seção detalhará os marcos do desenvolvimento da linguagem do bebê e dará dicas para você encorajar o seu filho a falar.O desenvolvimento da falaOs primeiros sons não relacionados ao choro que seu bebê faz são sons guturais que surgem com uma produção aumentada de saliva: o gargarejar, cuspir, arrulhar e gritos que começam mais ou menos aos 3 meses de idade.
2006 Publications International, Ltd.Podem não parecer palavras, mas o seu bebê pode começar a tentar falar com você aos 3 meses de idadeLogo ele começa a juntar os sons e repetir combinações de consoantes e vogais como "ba-ba-ba". Esteja ciente de que é raro um bebê seguir quaisquer cronogramas para o desenvolvimento das habilidades da fala. As crianças variam nessa área como em qualquer outra área do desenvolvimento. Pode ser em qualquer momento entre os 6 meses e 1 ano de idade que ele chame uma ou duas pessoas muito importantes pelo nome (muito provavelmente, "mama" e "papa"). Na verdade, um bebê que começa a falar mais cedo pode conhecer e usar até doze palavras ao completar um ano de idade. Estas palavras provavelmente são todas substantivos e representam as versões do bebê para objetos familiares como biscoito, suco, cachorro e copo.Você sabe que seu filho está realmente ansioso para falar como os adultos quando começar a ouvir jargões contínuos, montes de sons sem sentido, cheios de inflexões que os fazem parecer uma conversa em alguma língua estrangeira. Esse tipo de conversa pode continuar por muito tempo após o seu filho ser capaz de se fazer entender com palavras de verdade (normalmente quando ele está brincando sozinho). Entre 1 e 2 anos de idade, ele já deve ter uma vocabulário de cerca de 50 palavras (e não tenha dúvida de que uma delas é "não") e gosta de cantar músicas familiares e repetitivas com você. Não se surpreenda se o seu filho parecer atingir um platô no progresso da fala quando aprender a falar, é difícil dar duro em duas habilidades de uma só vez. As crianças costumam começar a colocar substantivos e verbos juntos para formar frases de duas ou mais palavras entre dois e dois anos e meio, e quem começou a falar mais cedo pode até adicionar uma preposição (debaixo da mesa) ou um adjetivo (cachorro grande). Quando completar 3 anos de idade, ele já pode ter um vocabulário de até 300 palavras. Talvez você note que a freqüência de explosões de raiva e períodos de frustração diminuem à medida que ele descobre palavras para expressar sua raiva e seus desejos.Encorajando seu filho a falarEstimule o seu filho a falar o tempo todo em que estiverem juntos, enquanto realizam suas atividades diárias. Veja algumas maneiras de ajudar no desenvolvimento da linguagem:
fale bastante com o seu bebê, dando total atenção a ele. Abaixe-se até a altura do seu filho e olhe nos olhos dele;
fale devagar e claramente, descrevendo o que está fazendo com ele e para ele, usando todas as palavras necessárias: partes do corpo, peças de roupas, tipos de alimentos, brinquedos favoritos. Use as mesmas palavras para objetos semelhantes quando o seu filho tiver menos de 2 anos de idade. Chame todos os calçados de sapatos, por exemplo, em vez de chinelos e tênis;
explique tudo de maneira simples. Quando tiver cerca de 15 meses, ele será capaz de fazer o que você pede se der comandos como "Traga uma fralda". Você vai causar confusão se usar uma frase longa que comece com "Vá até o quarto e...";
use livros de figuras para ajudá-lo a desenvolver as associações palavra-objeto, sempre apontando objetos familiares e pedindo que ache o cachorro, o bebê ou a casa nas figuras. Brinque com jogos de palavras, ensine brincadeiras com os dedos e use canções que são acompanhadas por ações;
preste atenção ao seu filho quando ele falar com você. Tenha paciência e espere que ele fale as palavras certas para terminar um pensamento em vez de terminar esses pensamentos você mesmo ou dar o que ele quer antes que as palavras tenham saído da boca dele;
tenha paciência também ao responder todas as perguntas, não importando se parece que elas nunca acabam. Pratique ampliar um pouco uma pergunta dando informações adicionais. Por exemplo, se o seu filho pergunta, "O que é isso?", apontando para um esquilo, adicione o fato de que o animal está na árvore para procurar coisas para comer;
não estimule quando ele faz sons de bebê ou usa gramática incorreta, mas não o corrija, pois isso o deixa com medo do ato de falar em si. Em vez disso, repita as palavras ou frases da maneira correta.Tenha em mente que o desenvolvimento da linguagem inclui a linguagem "receptiva" (a compreensão das palavras) assim como a linguagem "expressiva" (falar as palavras). Durante toda a primeira infância, e especialmente durante os anos como bebê, as crianças sempre podem entender muito mais do que conseguem dizer. Por isso, se seu filho não está falando tanto, mesmo que com 2 anos de idade, provavelmente não há com o que se preocupar se estiver notando que o vocabulário "receptivo" está aumentando continuamente.Conforme os hábitos relacionados ao ato de falar vão amadurecendo, ele vai poder interagir melhor com você. As interações sociais dele vão a um novo nível de complexidade e a frustração diminui à medida em que a habilidade de se expressar aumenta. Vá para a próxima página para ver uma explicação completa sobre a evolução do relacionamento do recém-nascido com seus pais e outros membros da família.

sábado, 30 de agosto de 2008

Inclusão de Deficientes Visuais

A educação especial no Brasil está passando por um processo de mudanças profundas, algumas das quais estão acontecendo de forma muito rápida, cabendo a nós, educadores refletir sobre esse novo contexto, e tentar estabelecer algumas das estratégias que julgamos fundamentais para que essa educação se converta em iniciativas de qualidade, que culminem de fato no crescimento do seu público alvo, ou seja, as crianças.Por outro lado, tem-se ouvido, com certa apreensão e com grande temor, referências a esta palavra “inclusão”, que surge no cenário educacional brasileiro, como se fosse mais uma moda.Sabe-se por relatos de colegas professoras que, em escolas públicas bem equipadas e, principalmente, dotadas de professores capacitados para trabalhar com o processo de integração plena, os resultados têm se mostrado positivos.Entretanto, essa realidade não se constitui regra em nosso meio, pois nas salas de recursos específicos para deficientes visuais, há professores sem capacitação específica e nenhum preparo para trabalhar em parceria com o ensino comum, tornando-se, desta forma, o trabalho pedagógico das salas de recursos individualizados, solitários, e, muitas vezes, esses espaços acabam funcionando como classe especial. Apesar de tudo isso, é necessário estudarmos as diversas formas de poder trabalhar com esses alunos, afinal, eles agora fazem parte do nosso dia-a-dia. Não podemos isolá-los, temos que nos aperfeiçoar, precisamos encontrar meios para que eles não se sintam como “especiais” e sim como crianças normais.