segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Linguagem: Linguagem e Fala



Por Raquel Luzardo de Souza
12 de julho de 2007
Embora seja a mais complexa, e a que coloca-nos em condição de superioridade em relação aos outros animais, a linguagem verbal não é a única forma de comunicação. Podemos transmitir (comunicar) a outro indivíduo, nossos pensamentos, emoções, etc, através de gestos (linguagem gestual), através do corpo (linguagem corporal) e provavelmente através de muitos códigos que sejam comuns a locutor e interlocutor. Nesse sentido, estamos considerando a linguagem como um processo simbólico da comunicação e a fala um instrumento de expressão da linguagem. Como vimos, linguagem e fala não são sinônimas, tanto que muito antes do bebê emitir suas primeiras palavras (fala), já é capaz de utilizar-se de codificação (linguagem) para interrelacionar-se com o meio e seus semelhantes (mãe, pai, irmãos, etc). Ainda assim, acreditamos que o desenvolvimento da linguagem e da fala não precisam ser considerados separadamente, pois um tem muita relação com o outro. Quando a criança começa a falar? Felizmente, por volta dos 2 anos a maioria das crianças já tem um número de vocábulos que lhes permite expressar-se verbalmente com facilidade. Algumas nessa idade, e até um pouco antes, já utilizam frases simples, com verbos, adjetivos e preposições, relatam fatos e criam seus próprios vocábulos. Contudo, além das diferenças individuais, que devem ser respeitadas, precisamos estar atentos à fatores determinantes na aquisição, e que quando alterados, podem interferir no desenvolvimento normal da linguagem. Esses fatores podem ser subdivididos em biológicos, psicológicos e sociais. Fatores biológicos
Integridade de S.N.C. (Sistema Nervoso Central): crianças com anoxia neonatal deveriam ter seu desenvolvimento de linguagem observado mais atentamente;
Desenvolvimento intelectual normal: atraso significativo no desenvolvimento neuropsicomotor junto com atraso na aquisição de linguagem, podem ser indicativos de deficiência mental;
Integridade do sistema auditivo: ressaltamos aqui a importância da triagem auditiva ao nascimento para a detecção precoce da deficiência auditiva;
Integridade dos órgãos periféricos da fala (lábios, língua, palato, bochechas): além das propriedades nutricionais do leite materno, sugar no seio, propicia a criança a exercitação da musculatura intra-oral, evitando ou minimizando problemas ortodônticos e articulatórios. Crianças com fissuras lábio-palatais podem apresentar alterações de linguagem e articulatórios; Fatores psicológicos
Vínculo afetivo entre mãe-criança contribui efetivamente para uma evolução de linguagem muito satisfatória; Fatores sociais
Ambientes tensos, de brigas freqüentes entre familiares, super proteção (pais que não dão a criança oportunidade de aprendizagem, fazem tudo por ela), são modelos de linguagem pobres tanto em quantidade quanto em qualidade, e também podem prejudicar não só a linguagem, mas o desenvolvimento global da criança. Conforme podemos observar, descartando-se a possibilidade de lesões (fatores biológicos), os pais e o meio ambiente têm importância fundamental no desenvolvimento global adequado, na aprendizagem e sobretudo na aquisição de linguagem infantil. (Cardoso, 1999)
Última Atualização ( 19 de julho de 2007 )

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