sábado, 30 de agosto de 2008

Diferencia entre Diafluência e Gagueira

A gagueira é uma disfunção da fala, mas esta não afeta somente a comunicação do indivíduo; afeta também seu comportamento.As reflexões que serão apresentadas ao longo desse estudo, visam contribuir para que o educador possa ampliar seus conhecimentos sobre a gagueira – inclusive para a distinção entre disfluência comum da infância e risco efetivo de gagueira – e assim, participar mais seguidamente de sua prevenção.Antes de iniciar-se a consideração etiológica é importante esclarecer a diferenciação entre dois conceitos intrincados mas diferentes: disfluência e gagueira. Segundo uma das mais modernas teorias, proposta por Perkins, Kent e Curlee (1991), o padrão de fluência está relacionado a duas operações cerebrais coordenadas: uma que controla a produção dos sons da fala e outra que controla a produção das sílabas, nas quais os sons da fala devem ser inseridos. Se alguma dessas operações estiver defasada em relação a outra, o fluxo da fala será temporariamente rompido. A recuperação automática dessa defasagem temporal entre as duas operações é o fator determinante para recuperar a fluência e garantir a qualidade da emissão. Assim, a disfluência é qualquer rompimento no fluxo da fala – comum a todos os falantes – e a gagueira é a disfluência que por razões variáveis, como veremos a seguir, não permite a pronta recuperação do equilíbrio dos sistemas cerebrais citados.No caso das crianças, como colocado por Zebrowski (1995), durante os anos de aquisição e desenvolvimento da linguagem é comum que existam períodos variáveis no grau de fluência. Essa variação é decorrência das incertezas morfo-sintático-semânticas e do amadurecimento neuromotor para os atos da fala. A maioria das crianças supera com sucesso esse período – cerca de 80% das crianças recupera o padrão fluente de 6 a 8 meses após o surgimento das repetições. Para o outro grupo, a disfluência se mantém ou se agrava, podendo ou não chegar a associar movimentos corporais ao ato de fala. Esse é o grupo com grande probabilidade de vir a tornar-se crônico. Caracterizar precocemente essas crianças ampliará as possibilidades de interceptar o processo evolutivo da doença.

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